O grupo alemão Volkswagen anunciou que uma investigação interna revelou "incoerências" relacionadas com as emissões de dióxido de carbono em cerca de 800 mil veículos.
Uma "estimativa inicial" admite que os riscos económicos para a Volkswagen possam rondar os 2.000 milhões de euros, refere a empresa, comunicado.
Com este desenvolvimento, o escândalo das emissões poluentes no grupo alemão Volkswagen aumenta de dimensão.
A multinacional alemã acrescenta que haverá motores a gasolina envolvidos nesta nova fase de irregularidades que, para já, não se sabe que marcas, modelos ou motores afecta.
Até agora, a Volkswagen tinha admitido que cerca de 11 milhões de veículos com motores a gasóleo tinham o software fraudulento que mascarava as emissões de gases poluentes.
Na terça-feira, a Agência Ambiental norte-americana denunciou que a Volkswagen instalou dispositivos de manipulação de emissões poluentes em automóveis em motores 3.0, incluindo o Touareg 2014, o Porsche Canyenne 2015 e o Audi A6 Quattro 2016.
A instalação deste dispositivo tecnológico permitiu que estes veículos passassem nos testes poluentes, embora as emissões fossem nove vezes superiores ao permitido por lei.
O fabricante automóvel alemão terá instalado o dispositivo fraudulento para enganar os testes em modelos entre 2014 e 2016.
Na sequência desta denúncia, o grupo automóvel alemão negou a existência desse programa informático para falsear os resultados dos testes antipoluição nesses motores.
A 18 de Setembro foram conhecidos publicamente os resultados de testes a emissões poluentes de viaturas equipadas com motores 'diesel' do grupo Volkswagen, relativamente às marcas Volkswagen, Audi, Seat e Sköda, concluindo-se pela existência de viaturas equipadas com um dispositivo que permite a manipulação de informação relativa a emissões poluentes.
O grupo alemão admitiu a existência de 11 milhões de carros nestas circunstâncias, e em Portugal, de acordo com informação divulgada pela SIVA, representante das marcas Volkswagen, Audi e Sköda, estima-se que existam cerca de 94 mil viaturas afectadas, mais 23 mil da marca Seat, totalizando 117 mil veículos.
No fim de Outubro, o primeiro produtor automobilístico da Europa anunciou perdas líquidas de 1.673 milhões de euros no terceiro trimestre de 2015, devido às provisões feitas na sequência do escândalo da manipulação das emissões dos gases poluentes, um resultado negativo do grupo automóvel alemão que compara com os lucros de 2.971 milhões de euros alcançados no período homólogo de 2014.