A União Europeia quer que os jihadistas dos Estados-membros que se juntaram ao autoproclamado Estado Islâmico sejam julgados e cumpram penas na Síria, no Iraque ou noutros países da região, como a Jordânia e o Líbano, evitando que regressem aos países de origem.
A proposta é avançada pelo coordenador de luta anti-terrorista da UE, Gilles de Kerchove, num documento apresentado e discutido no final de Dezembro com os ministros da Administração Interna e da Justiça europeus. Na altura, o jornal espanhol “El Pais” teve acesso ao documento, cujo conteúdo é citado na edição desta quinta-feira do “Diário de Notícias”.
De acordo com a imprensa, Kerchove quer que os julgamentos tenham lugar em tribunais especiais, nos quais peritos internacionais apoiariam os advogados e juízes locais.
Na reunião de Dezembro terá sido divulgado um relatório confidencial que revela que, dos cerca de cinco mil jihadistas europeus (seis dos quais portugueses), perto de 20% terão já morrido no campo de batalha e cerca de um terço (1.500) já regressaram ao espaço europeu.
As autoridades do combate ao terrorismo na UE vêem com muita apreensão o reduzido número de condenações na Europa de jihadistas regressados (45 em 2015) e apelaram a que os sistemas judiciais dos Estados membros promovam a instauração de acusações pelos crimes de genocídio e de crimes contra a humanidade.