O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou esta quinta-feira a Rússia de procurar "usar o Natal como disfarce" para impedir o avanço das forças ucranianas no Donbass e aproximar equipamentos e munições das suas posições.
Zelensky respondeu, desta forma, ao anúncio do Presidente russo, Vladimir Putin, que determinou esta quinta-feira um cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 06 de janeiro e a meia-noite de 7 de janeiro.
"Agora querem usar o Natal como disfarce para parar, pelo menos temporariamente, o avanço dos nossos combatentes no Donbass e trazer equipamentos, munições e homens mobilizados para mais perto das nossas posições. O que isso trará? Apenas mais um aumento no número de mortos", sublinhou o chefe de Estado ucraniano, no seu habitual discurso noturno diário divulgado nas redes sociais.
O governante insistiu que "todos sabem como o Kremlin usa as paralisações na guerra para continuar a guerra com vigor renovado", alertando que esta não é a forma "para acabar com a guerra mais rápido".
"O que é necessário é que os cidadãos da Rússia encontrem a coragem para se libertar do seu vergonhoso medo de um homem no Kremlin, pelo menos durante 36 horas, pelo menos no Natal", vincou.
Após o anúncio de um cessar-fogo pela Rússia, um conselheiro do Presidente ucraniano já tinha qualificado de "hipocrisia" a medida.
Já o Presidente dos EUA, Joe Biden, disse esta quinta-feira que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, está a tentar "ganhar fôlego", com o anúncio de um cessar-fogo na Ucrânia, enquanto a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, desvalorizou a medida de Moscovo, afirmando que não trará "nem liberdade nem segurança às pessoas que vivem diariamente com medo sob ocupação russa".
Do ponto de vista diplomático, Zelensky agradeceu esta quinta-feira a Joe Biden e ao chanceler alemão Olaf Scholz pelo apoio para a defesa ucraniana, com "mais armas" para o Exército e "mais proteção para todos os ucranianos, no solo, no céu e no mar".