Rui Pinto deverá conhecer, esta segunda-feira, a decisão do processo Football Leaks, cerca de três anos depois do início do julgamento e após a leitura do acórdão ter sido adiada em julho devido à lei da amnistia.
A sessão está marcada para as 14h30, no Juízo Central Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, com o coletivo presidido pela juíza Margarida Alves a comunicar a decisão sobre os 90 crimes imputados ao criador da plataforma eletrónica que, em 2015, abalou o futebol nacional e internacional, ao revelar inúmeros documentos confidenciais sobre contratos de jogadores e transferências entre clubes, empresários e fundos de investimento.
Muitas dezenas de sessões depois e com inúmeras figuras mediáticas a testemunharem em sala de audiência, resta somente saber qual a decisão do tribunal e o eventual impacto da lei da amnistia e perdão de penas aprovada no âmbito da vinda do Papa Francisco a Portugal.
Hoje com 34 anos, Rui Pinto tinha menos de 30 anos à data dos factos que lhe são imputados, pelo que a juíza-presidente considerou que estava abrangido pelo diploma.
Sublinhando que "estarão excluídos de tal amnistia" alguns crimes pelos quais Rui Pinto responde em tribunal, nomeadamente tentativa de extorsão e os que se enquadram na cibercriminalidade, a magistrada apontou num despacho de julho para a possível aplicação da amnistia aos 68 crimes de acesso indevido e aos 14 de violação de correspondência, que juntos representam 82 dos 90 crimes imputados ao principal arguido do processo.
O acórdão deverá concluir este julgamento, mas Rui Pinto já sabe que vai continuar em tribunal, na sequência de uma nova acusação do Ministério Público (MP) conhecida em julho. Ao criador do Football Leaks foram agora imputados 377 crimes relacionados o acesso aos emails do Benfica e de outros clubes, Liga, empresas, advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.