O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, adiantou que o Governo não tem "qualquer informação" sobre as buscas realizadas esta manhã na Câmara de Cascais, apontando que é necessário aguardar por mais esclarecimentos, mas garantindo que "a justiça deve funcionar".
Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, António Leitão Amaro foi questionado sobre notícias que dão conta de buscas na Câmara de Cascais e de algumas em que o ministro das Infraestruturas e ex-vice-presidente desta autarquia, Miguel Pinto Luz, será visado, instando o governante a esclarecer se este dirigente do PSD poderia deixar o Governo caso seja considerado suspeito ou constituído arguido.
"Não temos qualquer informação sobre diligências que estejam a ocorrer para além do que é veiculado sobre a comunicação social. Temos de aguardar pelos esclarecimentos prestados pelas autoridades de investigação e pelas entidades visadas (...) A única coisa que diria é que a justiça deve funcionar e deve fazer o seu trabalho", afirmou.
A Polícia Judiciária esteve esta quarta-feira a realizar buscas na Câmara de Cascais, relacionadas com a criação da primeira fábrica de máscaras cirúrgicas no concelho no âmbito da pandemia de covid-19, disse à Lusa fonte da autarquia. A mesma fonte referiu não saber quais os motivos nem os visados nas buscas, inicialmente avançadas pela revista Sábado, mas garantiu que a autarquia está a colaborar com as autoridades.
A Câmara Municipal de Cascais, no distrito de Lisboa, lançou em junho de 2020 a produção própria de máscaras destinadas à população.
A autarquia disponibilizou 400 dispensadores com máscaras pelo concelho e distribuiu gratuitamente aos utilizadores de transportes públicos, onde este equipamento era de uso obrigatório na sequência das medidas de prevenção da covid-19.
Contactada pela Lusa, fonte da Polícia Judiciária confirmou a realização das buscas na Câmara de Cascais, com o objetivo de "recolha de informação", escusando-se a adiantar mais pormenores.