O Presidente turco, Tayyip Erdogan, propõe uma investigação internacional ao ataque contra a barragem ucraniana de Kakhovka.
Numa conversa telefónica com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, "o Presidente Erdogan declarou que poderia ser criada uma comissão com a participação de especialistas das partes beligerantes, das Nações Unidas e da comunidade internacional, Turquia incluída", anunciou a Presidência turca em comunicado.
Esta comissão teria por missão realizar uma "investigação aprofundada sobre a destruição da barragem de Kakhovka", acrescentou ainda a Presidência daquele país.
Também Zelensky indicou ter hoje conversado com Erdogan sobre "as consequências humanitárias e ambientais" das inundações causadas no sul do território ucraniano pela destruição da barragem.
"Falámos das consequências humanitárias e ambientais do ato terrorista russo contra a central hidroelétrica de Kakhovka, incluindo dos riscos para a central nuclear de Zaporijia", escreveu Zelensky na rede social Twitter, acrescentando "ter apresentado" ao homólogo turco "uma lista das necessidades urgentes para lidar com a catástrofe".
O Presidente turco falou em seguida, com o homólogo russo, Vladimir Putin, dizendo-lhe desejar que o inquérito internacional permita "dissipar quaisquer suspeitas".
A destruição da barragem de Kakhovka desencadeou uma saída abrupta de torrentes de água no caudal do rio Dnipro, obrigando vários milhares de pessoas a retirarem-se das suas casas e a abandonar as zonas inundadas, na região de Kherson.
A explosão na barragem de Kakhovka já inundou 29 cidades e aldeias na Ucrânia, avança o Governo de Kiev.
O Presidente ucraniano adianta que centenas de milhares de pessoas ficaram sem água potável.
Responsáveis ucranianos referem que 42 mil pessoas estão na zona de risco de cheias.
A Ucrânia e a Rússia têm trocado acusações sobre a autoria da explosão na barragem.
A invasão russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 já causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas referem os dados fornecidos pela ONU. A organização afirmou ainda que o número de mortes é de 8983 civis mortos e 15.442 feridos, porém, números que devem estar longe da realidade.
Tanto a Ucrânia como a Rússia rejeitam a responsabilidade do ataque à barragem e central hidroelétrica de Kakhovka, barragem esta que fornece água à Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.