Irão. Sobe para 50 o número de mortos em debandada no funeral de general
07-01-2020 - 14:39
 • Lusa

O tumulto ocorreu em Kerman, cidade natal do general da Guarda Revolucionária Qassem Soleimani, quando as cerimónias fúnebres tiveram início.

O balanço de mortos na debandada que ocorreu esta terça-feira no Irão durante o funeral do general Qassem Soleimani subiu de 40 para 50 e outras 213 pessoas ficaram feridas, informaram duas agências de notícias semioficiais iranianas.

O tumulto ocorreu em Kerman, cidade natal do general da Guarda Revolucionária Qassem Soleimani, quando as cerimónias fúnebres tiveram início, divulgaram as agências de notícias Fars e ISNA, citando Pirhossein Koulivand, chefe dos serviços médicos de emergência do Irão

Não há ainda informações sobre o que desencadeou a debandada.

Os vídeos iniciais publicados on-line mostraram pessoas sem vida na rua e outras a gritar e tentando ajudar as vítimas. O funeral de Soleimani foi adiado para mais tarde, mas as autoridades iranianas não informaram a que horas ocorrerá.

"Infelizmente, como resultado da debandada, alguns de nossos compatriotas foram feridos e alguns foram mortos durante as cerimónias fúnebres", disse Koulivand anteriormente.

As autoridades iranianas já tinham demonstrado preocupação com a enorme multidão que acompanhava as várias cerimónias fúnebres de Soleimani, segundo a ISNA.

Na segunda-feira, a polícia iraniana disse que milhões de pessoas se concentraram em Teerão para prestar homenagem ao general e às restantes vítimas do ataque aéreo norte-americano em Bagdad.

O enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai realizar-se no sul do Irão, numa cerimónia que vai ser presidida pelo líder supremo iraniano, 'ayatollah' Ali Khamenei.

Qassem Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas - Rússia, França, Reino Unido, China e EUA - mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.

[NOTÍCIA ATUALIZADA ÀS 18H42]