A Organização das Nações Unidas (ONU) não vai juntar-se a qualquer grupo de contacto para a Venezuela, anunciou o secretário-geral da organização, António Guterres, esta segunda-feira.
Em vez disso, avançou o diplomata português aos jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque, a organização vai optar por manter a sua própria oferta para mediar as negociações entre o Governo de Nicolás Maduro e a oposição do país.
Apesar de ter estado em contacto com distintos Governos, explicou ainda Guterres, o secretariado-geral da ONU decidiu "não fazer parte de nenhum destes grupos", por forma a "dar credibilidade" a essa oferta de mediação.
A reação da ONU chega horas depois de Portugal e de todos os Estados-membros da União Europeia à exceção de Itália terem reconhecido formalmente Juan Guaidó, até agora presidente da Assembleia Nacional venezuelana, como o Presidente interino legítimo do país.
À boleia de uma sugestão da UE, foi criado um grupo de contacto internacional para debater a crise na Venezuela e a organização de eleições legislativas antecipadas, grupo esse que reúne as nações europeias e os países de outras regiões que já reconheceram Guaidó como líder interino da Venezuela.
A decisão da maioria dos países europeus surgiu um dia depois de ter expirado o prazo imposto pela UE ao Presidente Nicolás Maduro para convocar eleições. O grupo de contacto vai reunir-se na próxima quinta-feira, em Montevideu, capital do Uruguai.