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Camilo Lourenço, jornalista especialista em direito económico, considera a liderança do Benfica idónea, apesar da operação “cartão vermelho” e da momentânea suspensão da negociação das ações da SAD.
“Idoneidade tem. Porque os estatutos preveem que, em situações destas, alguém substitua o presidente”, diz o especialista em Bola Branca. “A questão de fundo é: faz sentido os atuais órgãos manterem-se em funções como se nada se tivesse passado? Eu acho que não”, acrescenta.
Camilo Lourenço sublinha que tanto Rui Costa como a “direção do clube” beneficiariam de um “novo ato eleitoral”, por forma a “garantirem a legitimidade dos seus cargos”. Com eleições antecipadas, o Benfica pode assim “devolver aos sócios” a possibilidade de responderem sobre “o projeto que têm para o clube”.
Depois de ter suspendido a negociação das ações da SAD do Benfica, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) voltou atrás e levantou a suspensão duas horas depois.
O especialista em direito económico vê a ação do órgão regulador com naturalidade, uma vez que “provavelmente as razões que levaram à suspensão deixaram de fazer sentido”, mas avisa que pode voltar a acontecer.
“Tudo isto é um processo que está para lavar e durar e até é provável que no futuro, face à forma como as investigações venham a decorrer, a CMVM se tenha que imiscuir nas ações da SAD”, sublinha, em declarações à Renascença.
Esclarece ainda que a CMVM, enquanto “polícia da bolsa”, tem a “obrigação” de suspender as transações “quando existem dúvidas” e “até que estas sejam esclarecidas”, uma vez que uma eventual irregularidade “pode ser agravada”.