A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) considera que a visita do Papa Francisco ao Iraque, entre os dias 5 e 8 de março, é “um sinal de esperança” para a comunidade cristã local que enfrenta, desde “há décadas uma autêntica via-sacra de perseguição e discriminação”.
Para o presidente executivo da AIS Internacional, Thomas Heine-Geldern, citado numa nota à imprensa, a viagem do Papa “é mais um sinal de proximidade e preocupação” para com os cristãos do Médio Oriente, e que irá dar coragem para que “permaneçam na sua terra natal”.
“Com a visita do Santo Padre, o mundo vai olhar com mais atenção para os problemas do Iraque, mas também para os problemas da comunidade cristã do Iraque e isso é muito positivo”, afirma a diretora do secretariado português da Fundação AIS, Catarina Martins de Bettencourt.
A Fundação AIS afirma que um dos problemas que mais tem observado em relação ao Iraque prende-se com a ideia de que já está tudo bem, desde que os jihadistas foram derrotados militarmente. Mas “isso não é verdade”, afirma Catarina Martins de Bettencourt, assinalando que “é preciso reconstruir o país, é preciso reconstruir infraestruturas e é preciso reconstruir também o sentimento de segurança para que os cristãos possam voltar”.
A Ajuda à Igreja que Sofre dá nota de que tem mantido um apoio permanente às comunidades cristãs iraquianas, por isso, entende que a visita que o Santo Padre vai realizar àquele país do Médio Oriente significa também, de alguma forma, “o reconhecimento de todo este esforço que está a ser feito para que os cristãos possam viver nas suas terras, nas suas aldeias, nos lugares a que pertencem historicamente”.
Atualmente, o secretariado português da AIS está a desenvolver uma campanha no nosso país com o propósito de apoiar o regresso das famílias cristãs às suas terras de origem.
A campanha da AIS em Portugal destaca a urgência do apoio, por exemplo, à missão das irmãs Dominicanas em Batnaya, onde procuram reabrir um jardim-de-infância destruído pelos jihadistas do Daesh, durante os tempos em que aquelas terras estiveram ocupadas pelos terroristas.
“Este projeto é apenas um exemplo do esforço solidário que a Fundação AIS tem procurado levar junto da sofrida Igreja do Iraque”, esclarece a diretora da Fundação AIS de Portugal, considerando que “a reconstrução de igrejas, conventos, escolas e habitações são essenciais para que as famílias cristãs possam regressar às terras de onde foram expulsas pelos jihadistas, no Verão de 2014”.
Desde essa altura e até ao final de 2019, “os benfeitores da Fundação AIS conseguiram canalizar 46,5 milhões de euros para projetos relacionados com a presença da comunidade cristã no Iraque e, em particular, na Planície de Nínive”, informa a fundação pontifícia, dando conta que, atualmente, está a levar a cabo uma nova fase no seu plano de reconstrução para a comunidade cristã iraquiana.
“O objetivo principal é reconstruir as infraestruturas das instalações administradas pela Igreja nas cidades e povoações cristãs da Planície de Nínive”, especifica.
O Papa Francisco vai visitar o Iraque entre os dias 5 e 8 de março de 2021. Segundo o diretor da sala de Imprensa da Santa Sé, na viagem apostólica, o Santo Padre vai a Bagdade, Ur, Erbil, Mossul e Qaraqosh.
A visita do Papa decorre de um convite nesse sentido da República do Iraque e da Igreja Católica local.