Mais de uma dúzia de pessoas morreu esta segunda-feira num ataque levado a cabo por parte da Turquia, perto de Afrin.
Enquanto o mundo continua de olhos postos em Ghouta Oriental o exército turco continua a sua ofensiva contra esta região da Síria controlada pelas Forças Democráticas da Síria, um grupo dominado pelos curdos, mas que inclui também milícias árabes e cristãs.
A Turquia considera que o YPG, a maior milícia curda na Síria, é uma extensão do PKK, o Partido dos Trabalhadores Curdos, que tem levado a cabo uma insurreição contra o Governo da Turquia há décadas. Ancara diz que o YPG é um grupo terrorista e que por isso não está abrangido pelo cessar-fogo decretado pela ONU.
Ao longo das últimas semanas os turcos têm ocupado cada vez mais território do lado sírio da fronteira, avançando lentamente até à Afrin. Esta segunda-feira, de acordo com as autoridades curdas mas também segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um ataque aéreo à vila de Jandiris fez mais de uma dúzia de mortos. O YPG fala em 13 vítimas mortais, incluindo três crianças, enquanto o observatório aponta para 17 mortos, 92 feridos e várias pessoas ainda soterradas neste e noutros ataques levados a cabo pela Força Aérea turca.
A Turquia nega ter morto qualquer civil, dizendo que se trata de uma mentira “inaceitável”, mas os curdos dizem que a operação “ramo de oliveira”, como a Turquia lhe chama, já matou centenas de civis.
Entretanto alguns comentadores regionais temem que com a perda do controlo da fronteira com a Turquia por parte dos curdos, esta se torne novamente acessível à entrada de reforços humanos e militares para grupos como o Estado Islâmico.
Um artigo do jornal britânico “The Independent” mostra como apesar de já ter sido declarada a morte do ISIS na Síria, restando apenas pequenas bolsas de resistência isoladas, de facto o grupo tem ganho força nas últimas semanas.