José Adelino Maltez diz à Renascença que o "aparte irritado" de António Costa em relação a Carlos Moedas "serve para elevar" o estatuto do atual presidente da Câmara de Lisboa.
Em causa está a resposta em tom irritado do primeiro-ministro face às queixas do autarca lisboeta pela ausência de um telefonema do líder do Governo na altura das inundações. Questionado sobre por que razão não ligou a Carlos Moedas, Costa devolveu a pergunta: "Pergunte-lhe [a Moedas] porque é que não me ligou quando tive a casa inundada".
O primeiro-ministro, António Costa, pede desculpa por ter feito um "aparte irritado" e encerra a polémica com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.
"Foi uma expressão infeliz. Fiz um aparte irritado, não devia ter feito e peço desculpa", afirmou António Costa em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
À Renascença, José Adelino Maltez diz que o líder do Executivo foi "mal educado" num momento de "mau feitio".
"E está a fazer um jeito enorme ao presidente da Câmara de Lisboa", realça, também.
O politólogo considera que "era melhor que não tivesse acontecido" a polémica entre Costa e Moedas e que os eleitores "podem ficar cansados" do primeiro-ministro.
"É quase como o capitão da seleção falar sem reparar que está a ser filmado. Foi o momento Ronaldo de António Costa", ironiza.
José Adelino Maltez aponta ainda que o primeiro-ministro ainda se está a adaptar a ser "mais acossado" pela postura da nova liderança do PSD e de Luís Montenegro enquanto líder da oposição.