Gomes Cravinho. Putin vai "colher tempestades" que semeou
26-06-2023 - 10:18
 • Lusa

Ministro dos Negócios Estrangeiros critica Rússia que promoveu "um exército provado, mercenário", capaz "de desafias as próprias forças armadas russas".

"Em relação aos mais recentes acontecimentos na Rússia, aquilo que sabemos é que quem semeia ventos, colhe tempestades e o Presidente Putin tem estado a semear ventos", disse o chefe da diplomacia portuguesa.

Falando aos jornalistas portugueses à entrada para a reunião com os seus homólogos da UE, João Gomes Cravinho acrescentou que Putin "fê-lo ao promover um exército privado, mercenário, que se revelou capaz de desafiar as próprias forças armadas russas", e "fê-lo também ao invadir, de forma ilegal, a Ucrânia".

"O nosso objetivo é continuar a apoiar a Ucrânia, para que seja a Ucrânia a determinar os termos da paz, que é necessária", vincou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".

Ao fim do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.