A Finlândia irá encerrar o último posto fronteiriço com a Rússia, caso Moscovo continue a encaminhar imigrantes sem documentos, afirmou esta segunda-feira o primeiro-ministro, Petteri Orpo.
"Fechámos todos os postos fronteiriços a leste, exceto um, e estamos prontos a fechar o último, se necessário", afirmou Orpo numa conferência de imprensa.
"A Finlândia protege as fronteiras externas da União Europeia e da NATO. Não permitiremos que este problema continue", acrescentou.
Cerca de 800 imigrantes sem documentos, oriundos principalmente do Médio Oriente e de África, chegaram à fronteira finlandesa com a Rússia desde agosto, aumentando exponencialmente o número habitual de entradas, de acordo com Helsínquia.
Em consequência, a Finlândia encerrou no espaço de duas semanas todos os postos fronteiriços com a Rússia, exceto o mais a norte, que faz fronteira com a região russa de Murmansk, no Ártico.
O Governo finlandês entende que a Rússia tem como objetivo desestabilizar o país, afirmando que se trata de uma "ação sistemática organizada pelas autoridades russas".
As relações entre os dois vizinhos deterioraram-se consideravelmente desde fevereiro de 2022, conjuntamente com a ofensiva russa na Ucrânia, um ataque que levou à Finlândia, preocupada com a sua própria segurança, a aderir à NATO em abril de 2023, levando Moscovo a ameaçar tomar "contramedidas".
Sessenta migrantes chegaram ao posto fronteiriço de Raja-Jooseppi entre sábado e hoje, segundo os guardas fronteiriços finlandeses.
A Finlândia é obrigada a permitir a passagem de pedidos de asilo e o encerramento de uma fronteira só pode acontecer em circunstâncias excecionais, segundo especialistas.