O ministro português da Saúde está a acompanhar "com preocupação" o caso do ensaio clínico do medicamento que causou a hospitalização de seis pessoas, em França, mas manifestou confiança na empresa Bial.
Adalberto Campos Fernandes, que falava na tomada de posse do conselho directivo da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), disse que já estabeleceu contacto com a Bial, empresa portuguesa responsável pela molécula que estava a ser sujeita a ensaios clínicos num centro em França.
"Estamos a acompanhar a situação com preocupação, mas nesta altura quero chamar a atenção para a elevada consideração" pela Bial, disse o governante.
O ministro adiantou que o Infarmed está em contacto com a empresa tendo mesmo garantido, através do hoje empossado presidente deste organismo, que o mesmo medicamento não esta a ser alvo de ensaios clínicos em Portugal.
Aos jornalistas, o presidente do Infamed, Henrique Luz Rodrigues, explicou que tudo aponta que se trata de um analgésico.
A empresa portuguesa Bial explicou esta sexta-feira, em comunicado, que o ensaio clínico estava a decorrer numa unidade de ensaios clínicos de Fase 1, em França, desde Junho de 2015, com um composto experimental da Bial.
A empresa adiantou que já tinham participado neste ensaio com uma nova molécula 108 voluntários, sem haver notificação de qualquer reacção adversa moderada ou grave.
Os doentes que apresentaram sintomas graves - que a nota da Bial refere serem cinco - estão sob observação no Hospital Universitário de Rennes, "em vigilância permanente".
Um dos voluntários internados está no serviço de reanimação em estado de morte cerebral.
A Bial vincou ainda que o ensaio foi aprovado pelas autoridades francesas, bem como pela comissão de ética em França, e está de acordo com a legislação que enquadra os ensaios clínicos.