Um Presidente da República filho de quem é, como o próprio Marcelo disse no discurso desta manhã, e um primeiro-ministro filho de quem é. É nessa diversidade complexa diz, António Costa, que o país vive a sua história.
"No discurso de hoje o senhor Presidente da República teve ocasião de sublinhar bem, e enfatizar bem, como nos representamos todos, conjuntamente, na diversidade necessariamente complexa da nossa história. Ele invocou a sua própria experiência pessoal, enquanto filho de alguém que foi ministro da ditadura, e eu a ouvi-lo não pude deixar de me lembrar e pensar que o país tem, neste momento, um Presidente da República que tem este percurso e um primeiro-ministro que é filho de uma mulher e de um homem que lutaram contra a ditadura e contra o colonialismo. E que se um é filho de alguém que foi governador de uma colónia, outro é primo em segundo grau de alguém que é general da Frelimo."
António Costa fez questão de carregar nessa diferença que tem com Marcelo e que, diz, dá força à democracia.
"Tinha 12 anos, não fui constituinte como foi o Presidente da República; tinha 12 anos, não fui jornalista como o senhor Presidente da República, mas tenho a certeza que é nesta diversidade que a liberdade permite que dá força à continuidade da nossa democracia, fazendo com que o 25 de Abril não seja só uma data há 47 anos atrás, mas seja, pelo contrário, uma vivência permanente e de futuro para a nossa vida coletiva."
E é em conjunto que Costa e Marcelo vão iniciar já no próximo ano as comemorações dos 50 anos do 25 de abril. O Presidente a nomear a comissão organizadora e o primeiro-ministro a nomear a comissão executiva, presidida pelo antigo dirigente do PS, Pedro Adão e Silva