O Governo de Gaza pediu este domingo ao Egito que abra a sua passagem fronteiriça para a saída de 6.000 feridos que necessitam de receber cuidados médicos urgentes no estrangeiro, enquanto prossegue a ofensiva israelita na Faixa palestiniana.
"Apelamos aos nossos irmãos no Egito para que abram a passagem de Rafah e cheguem a acordo sobre a transferência imediata e urgente de 6.000 feridos", pediu o gabinete de comunicação do Governo de Gaza, sob o controlo do Hamas, face ao colapso total do sistema de saúde em Gaza e a catástrofe humanitária causada por três meses de cerco e ataques israelitas.
De acordo com as autoridades locais, os hospitais fora de serviço somam agora cerca de 30 e, embora o número total de feridos supere os 58.000, há mais de 5.000 que estão em estado grave e outros 1.000 que devem ser retirados.
"Infelizmente, só se permite a transferência diária de entre 10 a 20 feridos", o que "agrava o [seu] sofrimento", e "o número aumenta para centenas todos os dias", lamentou o Governo de Gaza.
Segundo o último relatório da Saúde, entre o meio-dia de sábado e o meio-dia de hoje houve mais 250 feridos pelos bombardeamentos israelitas, além de pelo menos 113 mortos.
No total, o número de mortes confirmadas em Gaza desde 07 de outubro é superior a 22.800 e estima-se que pelo menos 7.000 estejam mortos sob o escombros.
Por sua vez, as autoridades de Gaza apelaram hoje à comunidade internacional "para intervir imediata e urgentemente para salvar as vidas dos feridos".
Além destes, há também muitos doentes e pessoas com outras patologias em Gaza que nos três meses desde a guerra não puderam ser tratadas devido ao colapso dos serviços médicos.
Os hospitais foram afetados pelos ataques israelitas e pela falta de eletricidade devido à escassez de combustível.
A rígida cerca israelita imposta quase desde o início do conflito ao acesso a alimentos, água potável, abastecimentos básicos e combustíveis deixou o enclave numa situação de fome e extrema precariedade.
Além disso, de acordo com a autoridade de Saúde, cerca de 10.000 doentes no enclave não têm acesso a medicamentos, nem recebem cuidados médicos.
O número de pessoas deslocadas internamente devido à ofensiva israelita ultrapassou os dois milhões, 90% da população de Gaza.