A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defende a "urgência de investir" na ferrovia em Portugal, questionando o Governo sobre os "investimentos e reforços" na CP decididos há um ano e ainda não foram realizados.
"Aquilo que o BE tem vindo a dizer é que urgente investir na CP. É, aliás, para nós difícil de explicar, e eu julgo que é a essa pergunta a que o Governo tem que responder, é como é que depois de há um ano, e nomeadamente no diálogo com os sindicatos, ter sido decidido uma série de investimentos e de reforços, que esses investimentos não tenham existido", apontou Catarina Martins, em Fafe, à margem da inauguração da sede do BE naquele concelho do distrito de Braga.
Para a líder bloquista, a questão levantada com possíveis atrasos devido ao frete de um comboio pelo PS para o arranque do ano político, marcado para sábado, em Caminha, não "é bem uma questão".
"Na verdade, ainda não percebi muito bem a notícia, houve um comboio que foi fretado segundo as regras e quanto a isso não tenho nenhum problema, os atrasos na CP tem outra razão", respondeu quando confrontada com a questão.
Catarina Martins lembrou que "este verão, em particular", se registaram "falhas graves" nos serviços da CP, voltando a insistir na falta de investimentos naquela empresa como explicação.
"Para o BE aquilo que é relevante é a falta de investimento prometido em material circulante e contratação de pessoal, que também falta, e que não foi cumprido. Julgo que é a isso que o Governo tem que responder e centrarmo-nos naquilo que é verdadeiramente essencial para defendermos a ferrovia", insistiu.
Questionada ainda sobre a criação de um novo partido pelo antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, a líder do BE limitou-se a responder que é algo normal: "É natural, a vida político-partidária é feita de alterações, como deve calcular um partido de direita não é algo com que nós tenhamos muito contacto", disse.
Minutos antes, no discurso durante a inauguração da "sede da coragem", como apelidou o deputado bloquista eleito pelo círculo de Braga Pedro Soares, a coordenadora do BE já tinha expressado a sua visão das políticas de direita.
"A direita continua a insistir ou no silêncio ou na vontade de repetir asneiras e será seguramente à esquerda que poderão existir soluções", disse.