No Europeu de 2016, Portugal terminava o segundo jogo do europeu de França com um empate a zero diante da Áustria. Na altura só por manifesta falta de sorte a equipa das quinas não saiu do Parque dos Príncipes, em Paris, com um triunfo. Portugal foi melhor e até falhou um penalti por Cristiano Ronaldo que acertou no poste da baliza austríaca.
Volvidos cinco anos, Renato Santos também acertou uma bola no poste da baliza da Alemanha, mas a seleção portuguesa saiu da capital da Baviera vergada ao peso de uma derrota que não merece contestação.
Do jogo de Munique há uma conclusão inegável: a Alemanha foi melhor e ponto final. Contudo, para os que avaliam os desempenhos da equipa portuguesa ao ritmo da reprodução gráfica de um eletrocardiograma importa aclarar que a nossa seleção nem foi tão forte e avassaladora frente à Hungria, como os números poderão sugerir, nem tão débil no duelo com a Alemanha com quatro golos sofridos, dois dos quais na própria baliza.
Seria fácil criticar Fernando Santos por erros de casting, de jogadores fora de forma que estão a jogar em detrimento de outros que saltam do banco e mostram estar em melhores condições. Mas o conservadorismo do selecionador nacional tem conduzido a equipa ao sucesso e em jogos da fase final de campeonatos da europa, a derrota com a Alemanha foi a primeira do treinador no comando das quinas.
Neste Euro 2020, ao cabo de duas jornadas, Portugal tem mais um ponto do que no Euro 2016. Em França, há cinco anos a equipa das quinas empatou os dois primeiros jogos com Islândia e Áustria, resultados que só não desacreditaram o treinador que convictamente anunciou que só regressaria ao nosso país no dia seguinte à final.
Regressou com a taça na mão e hoje, apesar do queixo caído dos portugueses com a goleada sofrida e exibição pardacenta em Munique, Fernando Santos tem todo o crédito para continuarmos a acreditar no sucesso da equipa neste europeu.
A seleção portuguesa não depende de terceiros. Mas pode vir a precisar do que já faltava: uma calculadora!