O que leva europeus a juntarem-se ao Estado Islâmico? Tédio, desejo de aventura e falta de perspectivas
13-04-2015 - 09:32
Mais de seis mil jihadistas europeus podem estar a combater na Síria. O número é avançado pela comissária europeia da Justiça.
A comissária europeia da Justiça revelou a um jornal francês que mais de seis mil jihadistas europeus podem estar a combater na Síria, avançando também as conclusões de um estudo que dá a conhecer algumas das razões para que dezenas de ocidentais estejam a aderir ao radicalismo do autodenominado Estado Islâmico.
Uma pesquisa britânica identificou "o desejo de aventura, tédio, insatisfação com a sua vida e falta de perspectivas" em todos os que optaram por abandonar as suas famílias e ir para a Síria, disse a comissária Vera Jourová, em entrevista ao "Le Figaro".
O especialista em Ciência das Religiões Paulo Mendes Pinto defendeu que a adesão de jovens ocidentais ao radicalismo do Estado Islâmico traduz o falhanço da educação europeia e está a atingir o ego da Europa. "Os jovens, perante os desalentos que a Europa lhes dá - desemprego, falta de valores, corrupção, luta cega por riqueza -, optam por um modelo diferente", adiantou no âmbito do Congresso Lusófono de Ciência das Religiões, que decorreu no ano passado.
Mais de 6.000 jihadistas europeus
"A nível europeu, estimamos que entre 5.000 a 6.000 indivíduos fugiram para a Síria", disse na mesma entrevista, a comissária Vera Jourová, acrescentando que o número pode ser superior devido à dificuldade em detectar os combatentes estrangeiros no conflito.
"Na altura dos ataques em Paris e Copenhaga, decidimos não nos deixar guiar pelo medo", disse, referindo-se aos ataques ao jornal satírico “Charlie Hebdo” e a um centro cultural na Dinamarca.
Um relatório do senado francês intitulado "As redes jihadistas em França e na Europa" revela que metade dos europeus que integram as fileiras do Estado Islâmico na Síria e no Iraque são franceses, precisando que o número de cidadãos que partiram para estes territórios ronda os 1.500.
O mesmo documento revelou que entre os 1.432 franceses identificados, 413 estão efectivamente em zonas de combate, incluindo 119 mulheres. Outros 261 já deixaram as zonas controladas pelos jihadistas, dos quais 200 regressaram ao território francês, e outros 85 foram mortos no terreno. Também existe registo de dois cidadãos franceses que estão detidos na Síria.
Vera Jourová disse que a União Europeia preferiu promover a prevenção como forma de conter o êxodo constante de cidadãos europeus, analisando as razões pelas quais estes se juntavam a grupos terroristas, além de motivos religiosos. Outra acção foi acelerar a troca de informação entre as forças da polícia e os tribunais dos estados membros, com mais partilha de dados pelos serviços secretos.
Uma pesquisa britânica identificou "o desejo de aventura, tédio, insatisfação com a sua vida e falta de perspectivas" em todos os que optaram por abandonar as suas famílias e ir para a Síria, disse a comissária Vera Jourová, em entrevista ao "Le Figaro".
O especialista em Ciência das Religiões Paulo Mendes Pinto defendeu que a adesão de jovens ocidentais ao radicalismo do Estado Islâmico traduz o falhanço da educação europeia e está a atingir o ego da Europa. "Os jovens, perante os desalentos que a Europa lhes dá - desemprego, falta de valores, corrupção, luta cega por riqueza -, optam por um modelo diferente", adiantou no âmbito do Congresso Lusófono de Ciência das Religiões, que decorreu no ano passado.
Mais de 6.000 jihadistas europeus
"A nível europeu, estimamos que entre 5.000 a 6.000 indivíduos fugiram para a Síria", disse na mesma entrevista, a comissária Vera Jourová, acrescentando que o número pode ser superior devido à dificuldade em detectar os combatentes estrangeiros no conflito.
"Na altura dos ataques em Paris e Copenhaga, decidimos não nos deixar guiar pelo medo", disse, referindo-se aos ataques ao jornal satírico “Charlie Hebdo” e a um centro cultural na Dinamarca.
Um relatório do senado francês intitulado "As redes jihadistas em França e na Europa" revela que metade dos europeus que integram as fileiras do Estado Islâmico na Síria e no Iraque são franceses, precisando que o número de cidadãos que partiram para estes territórios ronda os 1.500.
O mesmo documento revelou que entre os 1.432 franceses identificados, 413 estão efectivamente em zonas de combate, incluindo 119 mulheres. Outros 261 já deixaram as zonas controladas pelos jihadistas, dos quais 200 regressaram ao território francês, e outros 85 foram mortos no terreno. Também existe registo de dois cidadãos franceses que estão detidos na Síria.
Vera Jourová disse que a União Europeia preferiu promover a prevenção como forma de conter o êxodo constante de cidadãos europeus, analisando as razões pelas quais estes se juntavam a grupos terroristas, além de motivos religiosos. Outra acção foi acelerar a troca de informação entre as forças da polícia e os tribunais dos estados membros, com mais partilha de dados pelos serviços secretos.