O líder do Chega, André Ventura, pede um mandato claro para negociar e fazer exigências ao PSD nas próximas eleições legislativas.
Na intervenção com que abriu os trabalhos do congresso do Chega, que decorre este fim de semana em Coimbra, Ventura pediu aos militantes “um mandato claro para que não venham, no dia a seguir às eleições, sejam elas quando forem dizer que o Chega tem de viabilizar o governo A ou o governo B”.
Para o líder do Chega, o voto a favor da sua direção só fará sentido “se acreditarem mesmo no que eu vos estou a dizer”.
“Não vamos negociar com o PSD, vamos impor ao PSD. Não vamos pedir para ser governo, os portugueses é que nos vão colocar no governo de Portugal”, concluiu.
De resto, em resposta ao desafio vindo do lado social-democrata para que adote um discurso mais moderado, André Ventura não só voltou a recusar tal cenário como foi mais longe e rotulou Rui Rio como “um muito mau líder do PSD”.
E não esqueceu o CDS: “Quando nos dizem que, para chegarem ao poder, têm de ser mais moderados, mais equilibrados, têm que conter as palavras, nós devemos perceber sempre o quê que estão a exigir de nós. Se é para fazer o mesmo que outros partidos fizeram nos últimos 46 anos, nós não queremos ser mais moderados. Se é para ser uma espécie de CDS 2.0, nós não queremos ser mais moderados”.
Um recado que serve também para aqueles que, dentro do Chega, pedem outro registo ao líder do partido.
Quanto ao futuro imediato, as eleições autárquicas do próximo outono, André Ventura definiu uma meta sem “meias medidas”.
“Para nós, um resultado aceitável será sermos a terceira força política nas eleições autárquicas deste ano. Porque este partido não nasceu para protestar, nasceu para ganhar e nós vamos ganhar muitas destas eleições autárquicas”, rematou o líder do Chega cuja moção será apresentada e votada este sábado, dia em que vão ser apreciadas e votadas cerca de 70 moções.