Concurso de professores. Diretores antecipam agravamento dos problemas nas escolas
08-05-2023 - 20:23
 • Fátima Casanova , Marta Pedreira Mixão

Filinto Lima diz que "não se perspetiva uma luz ao fundo do túnel, aliás o que se perspetiva é o agudizar da relação entre o Ministério da Educação e os sindicatos”.

Os diretores antecipam o agravamento dos problemas nas escolas depois de o Presidente da República ter promulgado o diploma do concursos de professores.

Marcelo Rebelo de Sousa deu luz verde às novas regras, mas avisou que não quer que o próximo ano letivo seja acidentado, apesar de não ser essa a expectativa dos diretores.

Filinto Lima, Presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas teme um agravamento da luta dos professores.

“Todas as formas de luta são legitimas: os sindicatos com as greves, nomeadamente aos exames, o Ministério da Educação com outros instrumentos, como por exemplo, os serviços mínimos. A guerra total, de que falo desde novembro, dezembro não terminou e o que é mais grave ainda é que não se perspetiva uma luz ao fundo do túnel, aliás o que se perspetiva é o agudizar da relação entre o ministério da educação e os sindicatos”.

Filinto Lima antecipa que o próximo ano letivo não vai ser menos acidentado, como pediu o Presidente da República no comunicado em que explicou as razões da promulgação do diploma do Governo.

“Esta promulgação, temos de respeitar a decisão do Presidente da República, irá agudizar o problema nas escolas. O próximo diploma, que tem muito a ver com as condições de trabalho dos professores e com os 6 anos, 6 meses e 23 dias, que foram congelados, é outro diploma legal que também terá de ter o aval de Marcelo Rebelo de Sousa. Portanto, a perspetiva não é nada positiva, tendo em conta o final deste ano letivo e sobretudo tendo em conta o arranque do próximo que não vai começar com a paz e estabilidade que todos precisamos para poder trabalhar”.

O Presidente da República promulgou, esta segunda-feira, o diploma sobre o concurso de professores, sublinhando que "adiar a promulgação ou recusar essa promulgação representaria adiar as expectativas de cerca de oito mil professores, além de deixar sem consagração legal algumas das suas reivindicações pontuais, aceites pelo Governo".