A morte de 57 pessoas ao largo da Líbia esta semana eleva para cerca de 970 o número de migrantes que morreram no Mediterrâneo desde o início do ano, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Entre as vítimas desta nova tragédia estão 20 mulheres e duas crianças.
O barco tinha deixado a cidade líbia de Khoms, a cerca de 120 quilómetros a leste da capital, Tripoli, no domingo, antes de se deparar com problemas técnicos e afundar-se.
"Os pescadores locais e a guarda costeira líbia resgataram 18 pessoas", disse o porta-voz da OIM, Paul Dillon, detalhando que "os sobreviventes disseram às nossas equipas de resgate que pelo menos 57 pessoas estavam desaparecidas".
A OIM registou um aumento de partidas de migrantes, interceções e chegadas ao Mediterrâneo central este ano.
"Ao defendermos melhores práticas de gestão da migração e uma maior solidariedade por parte dos Estados-membros da União Europeia, podemos alcançar uma abordagem mais clara, mais segura e mais humana nesta questão, a começar por salvar vidas no mar", apelou o porta-voz, sublinhando que "chegou a altura" de adotar uma nova abordagem.
Dillon disse não saber se os 18 sobreviventes tinham sido levados para centros de detenção na Líbia, onde os migrantes retornados são regularmente detidos.
Apesar da insegurança persistente, a Líbia continua a ser um importante ponto de passagem para dezenas de milhares de migrantes que procuram, todos os anos, chegar à Europa através da costa italiana, a cerca de 300 km da costa da Líbia.
Organizações Não Governamentais (ONG) e agências das Nações Unidas denunciam regularmente o regresso à Líbia de migrantes intercetados no mar e as condições deploráveis nos centros de detenção.
Segundo o último balanço, este ano já tentaram chegar à Europa, através das águas do Mediterrâneo, mais de 75 mil pessoas.