Militares do Exército da Etiópia mataram 42 suspeitos por um ataque armado realizado na quarta-feira, na zona oeste do país, onde morreu mais de uma centena de civis.
"As Forças de Defesa da Etiópia destruíram 42 forças 'anti-paz' que atacaram civis [quarta-feira]" na área de Metekel, na região de Benishangul-Gumuz, anunciou esta quinta-feira, em comunicado, o governo regional.
As tropas federais apreenderam ainda "várias armas de fogo, arcos e flechas" que podem ter sido utilizadas durante o ataque realizado na madrugada de quarta-feira, no qual ficaram ainda feridos pelo menos 36 pessoas, segundo a mesma fonte.
"Estou profundamente entristecido pelo tratamento desumano que o nosso povo recebe", denunciou o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, via Twitter, classificando este último ataque em Benishangul-Gumuz como uma "tragédia".
"Os nossos esforços para resolver este problema de várias maneiras não produziram os resultados desejados", acrescentou Abiy, que, a 04 de novembro, iniciou um confronto armado com a região norte de Tigray, onde segundo a ONU crimes de guerra podem ter sido cometidos após o massacre de, pelo menos 600 civis, no dia 9 de novembro.
As disputas por terras e recursos nesta região aumentaram nos últimos tempos, levando a espirais de violência entre diferentes grupos étnicos.
Os Amhara, o segundo grupo étnico mais populoso da Etiópia, logo a seguir aos Oromo, foram alvos de ataques no passado na região.
No dia 01 de novembro, pelo menos 54 pessoas foram mortas num ataque que as autoridades atribuíram ao grupo armado Oromo Liberation Army, de acordo com a Amnistia Internacional (AI).