O presidente da Cimeira do Clima (COP28), Sultan Al Jaber, diz que as suas polémicas declarações sobre combustíveis fósseis foram deturpadas e mal interpretadas.
Sultan Al Jaber convocou esta segunda-feira os jornalistas para responder à polémica em torno das suas declarações citadas este fim de semana, mas proferidas antes da COP28, em que referiu que não há "ciência” que prove a eficácia do fim dos combustíveis fósseis.
O presidente da conferência, que decorre no Dubai, e presidente de uma petrolífera veio hoje queixar-se de ataques ao seu trabalho e defendeu que a eliminação dos combustíveis fósseis é essencial e inevitável.
“Já disse várias vezes que a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é inevitável. Na verdade, é essencial. Esta transição é, de facto, essencial. E precisa de ser ordenada, justa e responsável. E precisa de ser bem gerida. Permitam-me dizer-vos que estou bastante surpreendido com a tentativa constante de minar esta mensagem. Estou bastante surpreendido com as constantes e repetidas tentativas de minar o trabalho da presidência da COP 28. E com as tentativas de minar a mensagem que continuamos a repetir quando se trata de quanto respeitamos a ciência e como garantimos que a ciência é o que dita a nossa estratégia para os nossos imperativos estratégicos e os objetivos que queremos cumprir na COP 28.”
Al Jaber fez questão de afirmar que a ciência guia toda a sua carreira profissional.
“Há alguma confusão por aí. E deturpação e má interpretação. Para responder bem a essa questão, deixe-me primeiro apresentar-me. Sou engenheiro por formação. É a ciência e o meu respeito pela ciência, a minha paixão pela ciência, a minha convicção pela ciência que me permitiu progredir na minha carreira. Sou economista por formação e por combinação da minha paixão pela ciência, da minha formação em engenharia, e complementando isso com competências de negócios e economia, fui capaz de progredir na minha carreira.
Por isso a ciência tem sido central para o meu próprio progresso na carreira.”
Num balanço dos primeiros quatro dias de COP28, Al Jaber diz que a Cimeira do Clima está a marcar o ritmo de uma nova fase da ação climática com 57 mil milhões de euros já mobilizados em diversas áreas.
O presidente da COP28 diz-se guiado pela ciência e pelo objetivo de manter viva a meta de um aumento da temperatura média global limitado a 1 grau e meio.
“Espero que desta vez seja mais claro na transmissão desta mensagem. A ciência diz que temos de chegar a emissões líquidas zero até 2050 e de reduzir as emissões em 43% até 2030, para que possamos manter o aumento da temperatura em 1,5 graus. Fui muito claro no meu trabalho e nesta missão, para garantir que a minha Estrela Polar continue a ser a manutenção do limite de 1,5 graus ao nosso alcance. E isso não vai mudar”, sublinhou.