Quinze crianças e duas mulheres morreram durante um raide aéreo das forças governamentais contra uma escola onde estavam escondidas, na cidade de Arbine, Ghouta oriental, denunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Esta cidade, próxima da capital, Damasco, continua ocupada pelos rebeldes que ainda permanecem em Ghouta oriental, apesar de o regime do Presidente Bashar al Assad manter contra aquele antigo bastião uma forte ofensiva militar particularmente violenta e mortal, com constantes bombardeamentos e apoiada pelos aviões russos.
Segundo a UNICEF, desde o início do ano já terão sido mortas mais de um milhar de crianças em Ghouta.
A ONU lançou um apelo urgente para “pôr fim à situação catastrófica de dezenas de milhares de pessoas em Ghouta oriental e Afrine”, nos arredores de Damasco.
“Depois de ver em primeira mão as condições das pessoas da Ghouta oriental e Afrine, que estão cansadas, famintas, traumatizadas e temerosas, necessitamos de lhes proporcionar ajuda urgente”, referiu, em comunicado, Ali al Zaatari, coordenador da ajuda humanitária na Síria.
O responsável da ONU classificou de “angustiantes” as condições que são enfrentadas pelas pessoas.
“Muitas permanecem presas pelo conflito no interior de Ghouta oriental e Afrine. Todas necessitam desesperadamente de ajuda”, defendeu.
Ali al Zaatari garantiu que a ONU e os seus parceiros estão totalmente mobilizados para entregar ajuda no terreno, deixando elogios aos “esforços incansáveis” que têm desenvolvido.
“Instamos os Estados-membros [das Nações Unidas] a fornecerem os necessários suprimentos e fundos”, afirmou, apelando também a todas as forças envolvidas no conflito que facilitem o acesso humanitário às pessoas necessitadas e que protejam os civis e os funcionários médicos e humanitários.
Tanto Afrine como Ghouta oriental são alvo de ofensivas que causaram dezenas de milhares de pessoas deslocadas.
A guerra na Síria causou mais de 350 mil mortos. O balanço é revelado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), a três dias do 7.º aniversário do conflito.
Bashar al-Assad decidiu deslocar-se a Ghouta conduzindo o seu automóvel. “Vamos a Ghouta, ver a situação”, diz o Presidente sírio no primeiro de oito vídeos que estão disponíveis desde domingo à noite na conta oficial da presidência síria na rede social Twitter.