Depois de 5 horas de discussão, o Conselho Nacional do CDS como que volta ao início. A decisão sobre a moção de confiança vai ser por voto secreto e Adolfo Mesquita Nunes, que tinha saído da reunião, volta a participar.
“Foram 5h a discutir uma coisa que podia e devia ter sido resolvida em 5m. saí dos trabalhos porque não pactuo com uma ilegalidade. volto porque a legalidade, depois de tanta pressão, prevaleceu”, escreveu Adolfo Mesquita Nunes nas redes sociais, onde uma hora antes tinha criticado a condução dos trabalhos por parte de Felipe Anacoreta Correia.
Uma crítica que também tinha deixado no Conselho Nacional quando anunciou que sairia da reunião. “Esta sua decisão não é só ilegal, é uma decisão cobarde. Qual é que é o vosso medo? Com esta decisão não posso participar desta reunião. Não vou participar num conselho nacional que viola flagrantemente os estatutos e que nos pede que sejamos parte ativa dessa violação. Não há condições para participar neste conselho nacional com uma violação como esta!”, acusou Mesquita Nunes, dirigindo-se a Anacoreta Correia.
Depois da saída de Mesquita Nunes, Francisco Rodrigues dos Santos tomou a palavra para aceitar o voto secreto, mas aproveitou para desferir duras críticas ao seu adversário. Garantiu “transparência, secretismo no voto, liberdade” aos conselheiros.
“Eu estou cá para acatar aas decisões dos militantes e vivo bem com a sua consciência. Não estou entrincheirado. Eu fui eleito pelos militantes em congresso, não fui entrincheirado em nenhum escritório, em nenhuma atividade profissional e agora é que me lembrei que sou salvador do partido quando há um ano não dei a cara pelo CDS”, desferiu Francisco Rodrigues dos Santos, ao ataque a Adolfo Mesquita Nunes que, há um ano, tinha anunciado a renunciava à atividade partidária para se dedicar à vida profissional, nomeadamente como administrador não executivo da Galp.
Depois de o presidente do CDS e do presidente do Conselho nacional terem anunciado que aceitavam o voto secreto, várias vozes apelaram ao regresso de Mesquita Nunes à reunião. Foi o caso de Telmo Correia, líder parlamentar do CDS, que criticou de forma veemente a forma como Anacoreta Correia tem conduzido os trabalhos.
"Estamos aqui porque há uma série de elementos da direção que se têm demitido. Eu não me demiti até agora de coisa nenhuma. É na direção e nos órgãos eleitos em congresso que assistimos a um conjunto de demissões, inclusivamente do primeiro vice-presidente”, lembrou o líder parlamentar do CDS.