A Santa Sé divulgou esta quinta-feira um comunicado dando conta da adesão do Papa Francisco ao apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, com vista a um cessar-fogo de quatro dias, na Ucrânia, durante a celebração da Páscoa ortodoxa.
A nota da Santa Sé lembra que o Papa Francisco já tinha pedido, no último Domingo de Ramos, uma trégua na Páscoa.
“A Santa Sé e o Santo Padre unem-se ao apelo que António Guterres, secretário-geral da ONU, de acordo com sua beatitude Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana, lançou a 19 de abril, para uma trégua por ocasião da celebração da Páscoa segundo o calendário juliano, no dia 24 de abril”, lê-se na nota divulgada pelo Vaticano.
O Papa e a Santa Sé, “conscientes de que nada é impossível para Deus, invocam o Senhor para que a população encurralada em zonas de guerra seja evacuada e a paz seja restabelecida rapidamente, pedindo a quem tem a responsabilidade das nações que escute o clamor pela paz das pessoas”, conclui a nota.
A trégua pascal que é pedida, a iniciar-se esta quinta-feira e até ao próximo domingo, visa permitir a abertura de corredores humanitários e a celebração da Páscoa em segurança.
“Estou a pedir uma pausa humanitária ortodoxa na Semana Santa para a guerra na Ucrânia”, declarou António Guterres, numa mensagem proferida em frente à sede das Nações Unidas.
O antigo primeiro-ministro português pediu a todas as partes envolvidas, e a "todos os campeões da paz em todo o mundo", a se juntarem ao seu apelo de Páscoa.
"Salvem vidas. Parem o derramamento de sangue e destruição. Abram uma janela para o diálogo e a paz”, declarou António Guterres.
Segundo o secretário-geral da ONU, a trégua humanitária criará as condições necessárias para a passagem segura de todos os civis que querem deixar as áreas de combates, agora e no futuro, em coordenação com o Comité Internacional da Cruz Vermelha.
“Além de operações humanitárias que já ocorrem, uma pausa permitirá a entrega segura de ajuda às pessoas mais afetadas em áreas como Mariupol, Kherson, Donetsk e Luhansk”, acrescentou António Guterres.