Passou um mês das eleições europeias e ainda há cartazes de propaganda política pelo país. A lei não obriga ninguém a retirá-los.
“Acho que devia haver prazos, até porque nós funcionamos melhor com prazos”, defende Jacinto Lucas Pires. “E devia haver fiscalização, com multas e sanções”, acrescenta.
Já Henrique Raposo tem uma posição dupla sobre o assunto. “Por um lado, percebo a questão da estética e da limpeza das cidades. E uma cidade feia e desarrumada cria pessoas feias e desarrumadas”.
“Mas depois também me parece que há aqui um lado levemente populista. Somos uma democracia e não há democracia sem partidos e os partidos têm cartazes”, acrescenta, para concluir: “não é assim tão grave quanto isso”.
No que toca ao eventual fim das taxas moderadoras na saúde, Henrique Raposo é bem mais assertivo.
“Os portugueses vão demasiado ao médico quando não é preciso. A taxa moderadora tem o efeito de filtragem, que é fundamental para juntarmos dinheiro para aplicarmos onde é de facto preciso”, defende.
Jacinto Lucas Pires distingue “a questão de fundo da questão tática do PS”. Nesta segunda-feira, e depois de aprovado o fim daquelas taxas no Parlamento, oPS anunciou que, afinal, vai votar contra na votação final e que irá tentar convencer o PSD a fazer o mesmo.
“Isso mostra o que será um PS que terá de negociar à direita e à esquerda e pode dar estas soluções pouco claras, feitas de remendos à medida de maiorias que se vão conseguindo”, analisa.
“O PS corre o risco de ser um partido de centro, que é o lugar do vazio, onde neste momento está Rui Rio. Não sei se é isso que o PS quer”, resume Lucas Pires.