O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) declarou, esta terça-feira, que quer que as Nações Unidas não abandonem a Ucrânia nem deixem a Rússia passar impune pela "agressão descarada" ao povo ucraniano.
Na Assembleia Geral da ONU, que decorre esta semana em Nova Iorque, Joe Biden denunciou, como em 2022, a invasão russa da Ucrânia. Mas, um ano depois, o Presidente norte-americano discursou num momento em que a contraofensiva ucraniana está a ter sucesso limitado e os países do Ocidente têm que aumentar a produção de armas para responder às necessidades da Ucrânia.
Além disso, o próprio Biden está prestes a embarcar numa campanha eleitoral à procura da reeleição, enquanto os opositores republicanos - particularmente Donald Trump e os deputados da Câmara dos Representantes - ameaçam cortar a ajuda financeira e militar à Ucrânia se regressarem ao poder.
"Como qualquer outra nação do mundo, os Estados Unidos desejam que esta guerra termine. Nenhum país deseja mais o fim desta guerra do que a Ucrânia e apoiamos veementemente a Ucrânia nos seus esforços para alcançar uma resolução diplomática que traga uma paz justa e duradoura", declarou Biden.
Joe Biden sublinhou que os EUA defendem uma solução diplomática para o conflito, e que "apenas a Rússia é um obstáculo à paz porque o preço da Rússia é a capitulação da Ucrânia, o território da Ucrânia".
"A Rússia acredita que o mundo vai ficar cansado e permitir que brutalize a Ucrânia sem consequências", declarou o Presidente norte-americano, antes de questionar os Estados-membros: "se abandonarmos os princípios fundamentais de Estados Unidos para acalmarmos um agressor, pode algum Estado Membro da ONU sentir-se confiante de que está protegido se permitir que a Ucrânia seja dividida?"
Para Joe Biden, a resposta é "não", e é necessário "enfrentar esta agressão descarada hoje e dissuadir outros potenciais agressores no futuro" - uma frase que fez muitos aplaudir, nomeadamente o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que ainda vai discursar no primeiro dia da Assembleia Geral da ONU.
O Presidente dos EUA voltou a enquadrar a guerra na Ucrânia no tema da batalha entre democracias e autocracias. Indo mais longe, Biden deixou, no subtexto do discurso, a mensagem que os países em desenvolvimento devem virar as costas à Rússia e à China, e juntar-se à 'coligação' promovida pelos Estados Unidos, a União Europeia e os restantes aliados.
"Os Estados Unidos procuram um mundo mais seguro, mais próspero, mais igual para todas as pessoas, porque sabemos que o nosso futuro está ligado ao vosso", afirmou Biden. "E nenhuma nação pode enfrentar os desafios de hoje sozinha", completou.
Joe Biden mencionou também as alterações climáticas, que apelidou de "ameaça existencial".