Castelo Branco recebe, nesta sexta-feira, o primeiro posto de carregamento ultrarrápido (PCUR), na rede MOBI.E. Seguem-se em breve Beja e Bragança. No total são 12 e situam-se, maioritariamente, no interior, “porque já têm postos de carregamento, mas não com esta performance”, explica o ministro João Matos Fernandes à Renascença.
O objetivo é “criar as condições necessárias para que os utilizadores de veículos elétricos (UVE) possam circular por todo o território nacional e para o reforço da coesão territorial”, segundo o Ministério do Ambiente.
O que distingue estes postos dos restantes? Têm uma potência de 160 kW, que permite carregar 100 quilómetros em cerca de cinco minutos, dependendo das características do veículo.
Financiamento público, gestão privada
Este projeto implica um investimento público de cerca de um milhão de euros, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), e conta com dinheiro do Fundo Ambiental. Está ainda prevista a instalação de 10 Estações de Carregamento de Veículos Elétricos (Hubs) no país.
O Estado financia o investimento, os postos rápidos e os Hubs são propriedade da MOBI.E, mas serão equipamentos geridos por privados. Os Hubs são concessionados por três anos, os postos rápidos por 10 anos, durante este período o Estado fica a receber uma renda. “Aquilo que nós fazemos é financiar o investimento, quem vai ser o concessionário obriga-se a pagar uma renda para poder utilizar estes postos, uma vez que está dispensado do investimento inicial”, explica João Matos Fernandes.
Os primeiros três postos ultrarrápidos foram adjudicados à Iberdrola, em Beja, Bragança e Castelo Branco.
Segundo concurso fica fechado até final de junho
Por não ter recebido tido propostas no primeiro concurso, o Governo foi obrigado a repetir o processo para adjudicar a instalação e operação dos restantes nove postos rápidos de carregamento.
O ministro do Ambiente garante à Renascença que o prazo não está comprometido: “até final do ano, serão todos instalados”.
Ainda segundo Matos Fernandes, “no segundo concurso já tivemos propostas válidas, para esses nove postos [que] estão neste momento em avaliação. Dentro de um mês, o mais tardar, estará resolvido”, assegura.
Os restantes nove postos serão instalados nas cidades de Évora, Guarda, Portalegre, Portimão, Santarém, Setúbal, Sintra, Viana do Castelo e Vila Real.
Governo fecha a torneira dos apoios à rede de carregamentos
A instalação de postos de carregamento é cada vez mais uma atividade de mercado, defende o ministro. Este investimento visou “colmatar algumas falhas”, mas “sentimos que estamos a chegar ao fim, já não há necessidade; o mercado está a tomar conta desta atividade”, diz Matos Fernandes.
Já existem postos de carregamento em 286 municípios do país, o que compara com os 240 que tinham estes equipamentos no início do ano. Números que apontam para um rápido aumento dos postos, segundo o governante.
Já sobre os apoios à aquisição de veículos elétricos (automóveis, bicicletas e outros), o ministro tem outro entendimento. Lembra que esta questão só ficará decidida no Orçamento do Estado, mas defende que “os quatro milhões de euros de 2020 e 2021, para o apoio à compra de veículos elétricos, deve manter-se nos anos mais próximos”.