As associações de promoção e mediação do imobiliário APPII e APEMIP defendem o fim do "Adicional ao IMI (AIMI)" e vão incluir esta proposta no documento com medidas para o Orçamento do Estado para 2022 que pretendem enviar ao Governo.
Classificando o AIMI de "duplo imposto" e como "o segundo imposto mais estúpido do mundo", o presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), Hugo Santos Ferreira, defende a sua eliminação sustentando a injustiça que representa quer para os promotores, quer para os proprietários e famílias.
"O AIMI é um duplo imposto, um duplo castigo sobre os senhorios que querem arrendar as suas casas", referiu à Lusa, assinalando que o imposto - cobrado pela primeira vez em 2017 - "inibe o investimento".
Neste contexto, Hugo Santos Ferreira lembra que, na sequência da pandemia e dos esforços que foram exigidos aos senhorios para com os inquilinos no que diz respeito ao pagamento das rendas, estes mantiveram a obrigação de pagar e de manter os impostos em dia.
Entre as propostas que querem ver inscritas no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), a APPII e a APEMIP vão incluir também medidas que permitam "arrepiar caminho no modelo de desresponsabilização do inquilino incumpridor", bem como um apelo para um acordo de regime de estabilidade fiscal e legislativa no arrendamento.
Num comunicado conjunto emitido esta quinta-feira, em que manifestam preocupação por notícias vindas a público sobre o adiamento do fim das rendas congeladas no OE2022, a APPII e a APEMIP lembram que caso tal se verifique esta será a terceira extensão do período transitório no NRAU (Novo Regime do arrendamento Urbano).
"Tal situação, entende a APPII e a APEMIP, não é benéfica nem para proprietários nem para inquilinos. Os primeiros veem-se privados de usufruir de um bem que é seu por direito e de investir na sua requalificação. Os inquilinos continuam a viver muitas vezes em habitações que já apresentam algumas limitações no seu estado de conservação e, pela sua situação económica, não podem assumir os encargos inerentes a eventuais obras urgentes vivendo assim em condições pouco dignas", referem, apelando ao Governo para estabelecer um prazo definitivo para o fim do congelamento das rendas.
A APPII e a APEMIP assinalam que a instabilidade legislativa e fiscal que se tem registado nos últimos anos "afasta os investidores" e "afeta em muito a reputação de Portugal".