A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou um resultado líquido de 1.291 milhões de euros, um lucro histórico para o banco público. Os resultados foram anunciados em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Paulo Macedo, o diretor-executivo da instituição, disse na apresentação de resultados, que referentes a estes lucros serão pagos ao Estado 525 milhões de euros em dividendos. No entanto, o banco público anunciou ainda que pretende pagar ao acionista Estado 1.258 milhões de euros, entre dividendos (525 milhões de euros), impostos (529 milhões de euros) e custos de supervisão (204 milhões de euros).
Os lucros foram impulsionados pela margem financeira (a diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos), que duplicou para 2.866 milhões de euros.
Lucros dos cinco principais bancos em Portugal sobem 72,5%
Os cinco maiores bancos que operam em Portugal registaram lucros agregados de 4.444 milhões de euros em 2023, mais 72,5% face a 2022. Assim, os lucros de Caixa Geral de Depósitos (CGD), BPI, Millennium BCP, Novo Banco e Santander Totta cresceram 1.867,5 milhões de euros em relação a 2022.
Para estes resultados, contribuiu a valorização da margem financeira -- a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos --, que no acumulado do ano ultrapassou os 9.274 milhões de euros, mais 67,84% que no ano anterior.
O banco público anunciou ainda que pretende pagar ao seu acionista, o Estado, 1.258 milhões de euros, entre dividendos (525 milhões de euros), impostos (529 milhões de euros) e custos de supervisão (204 milhões de euros). Entre os privados, o Santander Totta foi quem apresentou lucros mais elevados em 2023.
Com um aumento de 69,8%, os lucros do Santander Totta atingiram os 1.030 milhões de euros em 2023, contra 606,7 milhões de euros em 2022. A margem financeira da instituição aumentou 90,45% em termos homólogos para 1.491 milhões de euros.
No mesmo sentido, o BCP registou lucros de 856 milhões de euros, contra 197,4 milhões de euros em 2022. No ano em análise, a margem financeira consolidada subiu 31,4%, para 2.825,7 milhões de euros.
Em quarto lugar, o Novo Banco registou um resultado positivo de 743,1 milhões de euros no ano, mais 32,5% que em 2022, tendo a sua margem financeira subido 82,7%, para 1.142,6 milhões de euros.
O BPI viu os seus lucros subirem 42% em 2023, para 524 milhões de euros, enquanto a margem financeira da instituição do Grupo Caixabank escalou 69,6%, para 948,9 milhões de euros.
Em 2023, os lucros dos bancos foram beneficiados pelas altas taxas de juro nos empréstimos e lenta subida das taxas de juro nos depósitos, acabando por beneficiar a margem financeira, já que esta é a diferença dos juros cobrados pelos bancos nos créditos e os juros pagos pelos bancos nos depósitos.
Desde que o Banco Central Europeu (BCE) começou a subir as taxas de juro diretoras em meados de 2022, para combater a inflação, que isso tem tido impacto no aumento dos créditos dos clientes bancários indexados a taxa de juro variável (sobretudo Euribor).