O Serviço Nacional de Saúde tem, neste momento, capacidade para realizar 2.500 testes diários e o setor privado mais 1.500 testes por dia, avançou esta segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
“No entanto, existe uma capacidade em stock entre público e privado de cerca de 20 mil testes”, afirmou Lacerda Sales na conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19), na qual esteve presente a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Segundo António Sales, tem vindo “a aumentar progressivamente” a capacidade de realizar testes à infeção pelo novo coronavírus (SARSCov2).
O secretário de Estado agradeceu ainda o trabalho realizado pelas autarquias locais e pelos autarcas do país que “se têm voluntariado no sentido de criar condições para a testagem ao coronavírus”.
“Este é o tempo de cerrarmos fileiras, de cada um fazer a sua parte, e não devemos esquecer que todos devemos ter o nosso plano de contingência”, sublinhou.
António Sales salientou que, quando já estão em vigor as regras dos “tempos excecionais” que se vivem, e “numa altura em que a sociedade se vai adaptando, de uma maneira geral de uma forma muito positiva a essa realidade, importa lembrar que as medidas de emergência (...) visam garantir a saúde pública”.
“Servem para evitar que os portugueses adoeçam, ou quando não o conseguirmos, para evitar pelo menos que não adoeçam todos ao mesmo tempo de forma a que o sistema de saúde consiga dar respostas nas melhores condições possíveis”, referiu.
Para o governante, todo este tempo que se ganha serve para que o Ministério da Saúde continue a trabalhar na aquisição de equipamentos que garantam a prestação de cuidados nas melhores condições de segurança, quer para profissionais de saúde quer para doentes.
Em Espanha, que tem uma população 4,5 vezes maior que Portugal, o ministro da Saúde indicou que estão a ser feitos entre 15.000 e 20.000 testes de coronavírus, por dia, e avançou que o governo comprou um milhão de testes rápidos que chegarão "nos próximos dias" e que a eles se vão somar os 600.000 testes de diagnóstico já realizados.
Lisboa abre dois centros de rastreio para utentes com prescrição médica
Lisboa conta a partir desta segunda-feira com dois centros de rastreio à covid-19, nas freguesias do Lumiar e Parque das Nações, com capacidade para fazer um total de cerca de 500 testes por dia a utentes com prescrição médica.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, salientou que o acesso a estes equipamentos exige prescrição médica, não estando abertos a qualquer pessoa que queira fazer o teste "por sua iniciativa ou por sua livre vontade".
Luís Pisco falava à entrada do centro de rastreio instalado na Escola da Quinta dos Frades, no Lumiar, no âmbito da abertura dos dois primeiros equipamentos de rastreio à covid-19 no concelho de Lisboa, acompanhado pelo diretor do espaço e pelo presidente da câmara, Fernando Medina (PS).
O presidente da ARSLVT explicou que existem 35 locais em estabelecimentos de saúde em toda a Região de Lisboa e Vale do Tejo, para os quais as pessoas com sintomas como tosse, febre e dificuldades respiratórias se podem dirigir, antes de um eventual reencaminhamento para os centros de rastreio.
Atualmente, sublinhou Luís Pisco, o centro de rastreio instalado no Lumiar tem capacidade para 200 testes diários, podendo chegar aos 300, enquanto o centro de rastreio móvel do Parque das Nações (modelo 'drive thru') poderá fazer um total de 150 rastreios por dia.
Já em toda a Região de Lisboa e Vale do Tejo, a estimativa é de vir a fazer "entre os 2.000 e os 2.500" testes em 20 centros de rastreio.
Os dois que esta segunda-feira abriram fazem parte de um conjunto de 10 unidades, a serem instaladas nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa.