A diocese de Viseu tem dois casos de abusos sexuais em investigação. A informação foi confirmada à Renascença pelo responsável pela Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis de Viseu.
Confrontado com o caso tornado público esta quarta-feira de um padre que está a ser investigado por enviar mensagens de teor sexual a um menor de idade, o advogado Luís Manuel Coimbra Pereira diz que a denúncia foi feita em abril e já foi devidamente investigada pela comissão.
“Esta denúncia foi apresentada em abril deste ano. A comissão tomou as diligências de prova que entendeu, reuniu os elementos e produziu um relatório final que fez chegar às entidades competentes, nomeadamente ao Ministério Público e às instituições que dentro da Igreja tratam das questões no foro canónico”, explica.
O advogado acrescenta que “o senhor bispo fez chegar a sua posição às entidades da Igreja, nomeadamente ao Núncio Apostólico. Após isso, o padre, por questões pessoais pediu o seu afastamento e sabemos que está afastado do seu múnus eclesiástico.”
Mas além do afastamento pedido pelo padre, o bispo D. António Luciano tomou a decisão de o suspender preventivamente.
Segundo Luís Manuel Coimbra Pereira, para além deste caso há outros a ser investigados pela comissão este ano, mas apenas um tem processo aberto. “Algumas denúncias, porque não conseguimos sequer identificar as vítimas, estão em suspenso. Relativamente à outra denúncia conseguimos identificar a vítima e o eventual visado, mas ainda estamos em fase de instrução do próprio processo. ”
Para além de produzir um relatório final sobre cada caso, que é entregue ao bispo da diocese, a comissão fica depois à disposição das autoridades civis para colaborar na medida do possível para o processo, segundo ordens da diocese e da Igreja Universal, conclui o responsável pela Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis.
Este caso surge numa altura em que o tema voltou a estar na ordem do dia, na sequência da apresentação em França de um relatório que indica, com base em sondagens e estimativas, que poderão ter existido até 330 mil vítimas de abuso sexual em contexto eclesial.
O assunto dos abusos sexuais de menores foi abordado na reunião dos bispos portugueses, em Fátima, tendo sido anunciada a criação de um grupo para acompanhar os casos a nível nacional, composto por representantes das comissões que já existem em todas as dioceses portuguesas.
[Notícia atualizada às 11h39]