A visita da ministra portuguesa da Justiça, Francisca Van Dunem, a Angola, que deveria começar esta quarta-feira, foi adiada "sine die", avança o Ministério da Justiça.
Em comunicado, anuncia-se que "a visita da Ministra da Justiça foi adiada, a pedido das autoridades angolanas, aguardando-se o seu reagendamento".
A visita de trabalho de Francisca Van Dunem a Angola estava prevista durar três dias. A confirmação desta visita tinha sido feita a 10 de Fevereiro, também em Luanda, pelo ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Os motivos que levaram o Governo de Luanda a pedir o adiamento da deslocação da ministra portuguesa da Justiça ainda não são conhecidos.
O adiamento da visita é conhecido dias depois de o Ministério Público português ter acusado o ex-presidente da Sonangol e actual vice-presidente angolano Manuel Vicente no âmbito da “Operação Fizz”, relacionada com corrupção e branqueamento de capitais.
O procurador Orlando Figueira, o advogado Paulo Blanco e o arguido Armindo Pires também estão acusados.
Manuel Vicente, à data dos factos presidente da Sonangol e actualmente vice-presidente de Angola, é acusado de corrupção activa (em co-autoria com os arguidos Paulo Blanco e Armindo Pires), de branqueamento de capitais (em co-autoria com os restantes arguidos) e falsificação de documento (em co-autoria com os restantes arguidos).
Até ao momento, nenhum elemento da cúpula do Governo angolano em Luanda ou do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder, comentou esta acusação.