Em 2017, o Golias do streaming Netflix, então ainda quase sem concorrência, fez uma publicação no Twitter, em que disse: “Amor é partilhar uma password.” Volvidos cerca de cinco anos, a plataforma parece ter mudado de opinião.
Nos últimos anos, em particular durante o período da pandemia, o número de utilizadores de plataformas de streaming aumentou significativamente. Netflix, inclusive. Todavia, no ano passado, pela primeira vez na sua existência,a plataforma perdeu utilizadores – um sinal de alerta para os fundadores e investidores.
Se para uma empresa em crescimento, a partilha de passwords entre amigos e familiares, com a respetiva divisão de custos, fazia sentido – e era uma boa da estratégia de marketing -, neste momento, o cenário mudou.
Tendo em conta que o número de utilizadores parou de crescer de forma acentuada, uma vez que há muito mais concorrência no mercado, a Netflix quer agora rentabilizar aqueles que já tem. Para isso, já anunciou no ano passado, irá lançar uma modalidade de subscrição mais barata – mas com anúncios. E irá também atacar a partilha de contas e passwords.
Esta semana, por lapso, a Netflix, numa página oficial da plataforma, divulgou o seu plano para controlar a partilha de contas no Chile, Costa Rica e Peru.
Qual a estratégia utilizada? O utilizador terá de dizer à plataforma qual é a “Wi-Fi no seu local principal”. “Abra a app ou site do Netflix e assista a algo pelo menos uma vez a cada 31 dias. Isso cria um dispositivo confiável para que possa assistir ao Netflix, mesmo quando estiver longe do seu local principal.”
“Se você estiver longe de seu local principal por um longo período, o seu dispositivo pode ser impedido de assistir ao Netflix. Pode solicitar um código de acesso temporário para continuar a assistir”, lia-se na mesma página.
Mais ainda: a Netflix poderia cobrar uma multa de 2,99 dólares a quem fosse apanhado a partilhar conta.
No entretanto, a plataforma já apagou a página online onde estavam estas informações e veio dizer que estas regras não devem ser lidas como universais. Mas voltou a sublinhar que pretende controlar a partilha de passwords.