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Os dados são da última semana e revelam que, apesar de estarem a funcionar a meio gás, a maioria das empresas não parou (83%). Ainda assim, 39% reportam quebras superiores a 50% no volume de negócios, segundo o inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal, divulgado esta terça-feira.
É a terceira semana em que se realiza este Inquérito Rápido e Especial às Empresas – Covid-19, desta vez referente realizada entre 20 e 24 de abril. Os dados indicam que o alojamento e a restauração continuam a ser os setores mais afetados, apenas 41% continua em funcionamento, no extremo oposto está a construção e o imobiliário, com 92% a trabalhar, ainda que de forma reduzida.
Tal como na semana anterior, 80% continuaram a referir que com a pandemia diminuiu o volume de negócios, para 39% é um corte acima de 50%, 34% dizem que está entre os 10% e os 50%, sobretudo devido à "ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência”.
Uma grande fatia das empresas, 27%, adaptou-se, através da diversificação ou modificação da produção. Em 20% dos casos, a solução encontrada foi mudar ou reforçar os canais de distribuição.
A grande maioria (59%) reduziu o pessoal ao serviço, sobretudo no alojamento e restauração, onde os cortes chegam a 84%, na informação e comunicação são de 45%. As maiores reduções de pessoal estão a afetar, sobretudo, microempresas e o alojamento e restauração, aqui o pessoal dispensado chega aos 75%.
O recurso ao “lay-off” aumentou, justifica 54% do pessoal dispensado, contra 52% na semana anterior. Continuam ainda a ser apresentadas as faltas por doença e apoio à família, para justificar a redução de pessoal.
O “lay-off” simplificado continua a ser a medida mais utilizada pelas empresas, mas aumentou ligeiramente aqueles que dizem ter recorrido a outros apoios. Por outro lado, diminuiu a percentagem das que admitem recorrer a outras ajudas e aumentou as que continuam a prever passar por esta crise sem medidas de apoio.
Quanto às que já recorreram, 13% beneficiam da suspensão de obrigações fiscais e contributivas, 10% da moratória ao pagamento de juros e capital e cerca de 12% recorreram a crédito adicional. Entre estas últimas, 83% procuraram financiamento junto de instituições financeiras e 51% referiram um aumento do crédito de fornecedores, na maioria dos casos os novos créditos apresentaram condições semelhantes às anteriormente praticadas.
Nas empresas com perfil exportador, registou-se uma maior proporção de empresas em funcionamento (88% face a 82% nas restantes) e que a percentagem que registou diminuições do volume de negócios e do pessoal ao serviço é “ligeiramente superior à média”. Há também menos recurso ao “lay-off” simplificado, que foi assinalado por 47%, contra 57% nas empresas sem perfil exportador.