O PCP compreende os protestos dos polícias que reivindicam melhores condições salariais e considera que o Governo, apesar de estar em gestão, pode tomar decisões.
"Sabemos que o Governo está em gestão, mas nós vemos o primeiro-ministro ativíssimo a anunciar medidas todos os dias" e "já que anuncia medidas todos os dias, também poderia anunciar medidas" para "resolver situação grave que se vive ao nível das condições de trabalho das forças de segurança", afirmou aos jornalistas o dirigente e ex-deputado comunista António Filipe.
Questionado sobre o facto de o Governo nada decidir sobre as reivindicações dos polícias, Filipe insistiu que o executivo pode tomar decisões e "resolver situações mais graves, inclusive do ponto de vista salarial".
"Não nos parece que haja um impedimento", acrescentou.
Nos últimos dias, os polícias têm-se concentrado em várias cidades do país em protesto, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos da PSP, bem como da GNR e da guarda prisional.
A contestação teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que não tem equivalente nas restantes forças de segurança e que em alguns casos pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da PSP e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.