A área florestal ardida este ano em Portugal é mais do triplo da média dos últimos dez anos. Os dados são do relatório provisório de incêndios florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Flores (ICNF), relativo a todo o período deste ano até 31 de Agosto.

Segundo este relatório, foram registadas este ano 12.377 ocorrências (2.652 incêndios florestais e 9.725 fogachos), o que está dentro da média anual para o mesmo período. Em matéria de reacendimentos, este ano até esta abaixo da média (com menos 18%). Mas o aumento da área ardida é enorme: mais 234% do que a média dos últimos dez anos.

Este ano já arderam 213.986 hectares. E os números cresceram, sobretudo, nos meses de Junho, Julho e Agosto, meses em que o número de ocorrências foi muito menor do que a média. Em Junho registaram-se 1.404 ocorrências (quase menos 100 do que a média deste mês), mas arderam 52.070 hectares, 50 vezes mais do que a média registada para este mês que é de 1.463.

No mês seguinte, Julho, foram 1.962 ignições (quase menos mil do que a média), mas a área ardida foi de 65.724 hectares, seis vezes mais do que a média de Julho (que é de 11.214). E em Agosto, as ocorrências subiram para 3.921 (mais uma vez abaixo da média para este mês que é de 4.306), mas a área ardida ultrapassou os 80 mil hectares (81.313), quase o dobro da média deste mês (42.232).

No que diz respeito à distribuição por distritos, o número de ocorrências também não corresponde a volume de área ardida. Os distritos com mais ocorrências foram o Porto (2.969), Braga (1.333) e Viseu (1.203), mas os distritos com mais área ardida foram Castelo branco (com 37.234 hectares, o que corresponde a 17% do total da área ardida em Portugal Continental), Santarém (35.937 hectares, também 17% do total) e Coimbra (com 25.593 hectares, correspondentes a 12% do total).

Quanto ao incêndio que provocou mais área ardida começou no distrito de Castelo Branco e estendeu-se até ao distrito de Santarém. Foi o incêndio da Sertã que consumiu 29.752 hectares.