O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarróias, acredita que a indemnização da TAP a Alexandra Reis é apenas a “ponta do iceberg” entre compensações na companhia aérea.
Ouvido na comissão parlamentar de inquérito, o sindicalista diz existirem “saídas questionáveis” da TAP.
“Oficialmente não conheço nenhum [processo]. Mas a verdade é que, o que ouvimos falar nos corredores da TAP é que a indemnização da Alexandra Reis é a ponta do iceberg. Onde há fumo, há fogo”, disse.
Questionado pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua sobre os 9 milhões de euros pagos pela Ryanair à Segurança Social - contra os 129 milhões pagos pela TAP-, Penarróias indicou que o Governo permite que a companhia aérea “opere ilegalmente” em Portugal.
“Essa é a demonstração cabal de que o Estado português deixa uma empresa operar ilegalmente em Portugal. A Ryanair tem um contrato de empresa assinado com outro sindicato com cláusulas inconstitucionais e ilegais”, denunciou o representante do SNPVAC.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil é o primeiro de quatro sindicatos de trabalhadores da TAP a ser ouvido esta tarde na comissão de inquérito à gestão da companhia aérea.
Ricardo Penarróias deu ainda conta de que nunca teve contacto com a gestora contratada pela TAP para ser responsável pelos tripulantes de cabina, a polaca Karolina Tiba, e que, segundo o deputado do Chega Filipe Melo, terá um salário de cerca de 12 mil euros por mês.
“A verdade é que nunca tive contacto com ela, o que é estranho porque sou tripulante de cabina e presidente de um sindicato. Era importante e produtivo termos uma reunião, mas o que me disseram é que ela nem sequer está em funções na companhia e já nem está na TAP”, referindo-a como “diretora fantasma”.