Um mês depois dos ataques do Hamas a Israel, que levaram o Governo hebraico a declarar guerra à milícia islamita e a lançar uma campanha de bombardeamentos incessantes contra a Faixa de Gaza, o ministro israelita da Defesa anunciou esta terça-feira que as tropas do país já entraram na cidade de Gaza e conseguiram isolar o líder do Hamas, que estará escondido num bunker.
Num discurso transmitido pelas televisões, Yoav Gallant disse que as tropas israelitas destacadas para o enclave palestiniano já estão "no coração" de Gaza, "vindas de todas as direções, em perfeita coordenação com as forças marítimas e aéreas", encontrando-se agora a "estrangular mais e mais" a cidade.
"Vamos continuar até à vitória ou até os reféns voltarem a casa", prometeu, citado pelo The Times of Israel. Também adiantou que o líder do Hamas, Yahya Sinwar, "está escondido no seu bunker e sem contacto com os seus associados", prometendo eliminá-lo.
No mesmo discurso, o responsável da Defesa no Governo de Unidade Nacional de Israel pediu a todos os residentes de Gaza que se mudem para sul, "para que não sejam feridos".
"Vamos destruir o Hamas; não temos nenhum interesse em atingir civis", garantiu.
Sobre os repetidos apelos de parte da comunidade internacional por um cessar-fogo ou uma pausa humanitária, Gallant respondeu:
"As pausas humanitárias, para mim, significam acima de tudo [o regresso dos] reféns feitos pelos selvagens. Não haverá quaisquer pausas humanitárias sem [o retorno dos] reféns."
Questionado sobre se as forças israelitas têm como futuro alvo o Hospital al-Shifa, sob o qual estará instalado, de acordo com os israelitas, o centro de comando do Hamas, o ministro da Defesa diz que não debate o que o Exército vai fazer antes de acontecer.
Desde o início da guerra a 7 de outubro, mais de 10.300 pessoas já foram mortas nos bombardeamentos de Israel à Faixa de Gaza. Do lado israelita, morreram 1.400 pessoas no ataque sem precedentes do Hamas, que levou consigo para o enclave palestiniano cerca de 240 reféns.