O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa garante que não há qualquer aventura na entrada no capital do Montepio Geral e que não se trata de um salvamento do banco.
Edmundo Martinho está a ser ouvido esta quarta-feira no Parlamento a pedido do PSD para explicar o negócio que pode chegar aos 18 milhões de euros.
Para o presidente da Santa Casa, Edmundo Martinho, a escolha para investir faz sentido não se tratando de salvar o banco.
“A informação financeira que existe sobre o banco Caixa Económica Montepio Geral aponta para uma grande solidez nos vários rácios, inclusivamente que comparam com rácios de outros bancos a níveis muito inferiores. Esta operação não tem que ver com nenhum salvamento nem nenhum socorro financeiro”, disse.
O provedor da Santa Casa questiona mesmo as razões para a polémica lembrando que a Santa Casa já fez, no passado, outros investimentos, de valores muito maiores e ninguém questionou.
“Operações que tiveram que ver com a constituição de sociedades financeiras, operações que tiveram a ver com o fundo imobiliário, com a compra significativa de percentagens de ações nos CTT, na REN ou no Millenium BCP estamos a falar de intervenções que representaram ao longo dos anos dezenas ou centenas de milhões de euros. Nunca, como desta vez, houve qualquer espécie de discussão, alerta, o que quer que fosse. Foram operações que tiveram sempre a luz verde das respetivas tutelas, tutelas que, hoje, em algumas circunstâncias, vêm as mesmas pessoas a manifestar-se contra este processo”, acrescentou.
Edmundo Martinho confirma que "há duas ou três dezenas de instituições" sociais prontas a entrar no Montepio. O provedor não revelou quais, mas garante que será uma participação de forma simbólica". "Vão participar sendo contribuintes num projeto de reforço da economia social e de reforço da capacidade destas instituições para continuar a intervir e para reforço de uma instituição que é propriedade de 620 mil portugueses".