Venda do Banif serviu para reforçar banca espanhola à custa dos portugueses? A pergunta de Nuno Melo
28-01-2016 - 12:27
 • Marina Pimentel

O centrista tem muitas dúvidas sobre a venda do Banif e questiona Bruxelas sobre o modo como o processo foi conduzido. Diz que há indícios de manipulação de mercado e informação privilegiada.

O eurodeputado do CDS Nuno Melo questiona o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia sobre a possível existência de indícios de abuso de informação privilegiada e manipulação de mercado no processo de venda do Banif. E dá a entender que há suspeita da consolidação da banca espanhola à custa dos contribuintes nacionais.

Em requerimento enviado esta quinta-feira às duas instituições, Nuno Melo recordou notícias divulgadas poucos dias antes da decisão de vender o Banif ao Santander.

Relembra as notícias do iminente "fecho do banco", de que "a parte boa iria para a Caixa Geral de Depósitos" e de que haveria "perdas para accionistas e depositantes acima dos 100 mil euros".

O eurodeputado diz que a consequência dessas notícias foi uma fuga de depósitos de mais de mil milhões de euros e uma grave depreciação do valor do banco.

Nuno Melo questiona também as instituições europeias sobre a sua eventual interferência na decisão em concreto para o Banif, recordando notícias que deram conta da existência de pressões para a venda do banco ao Santander, apesar da existência de ofertas mais vantajosas.

O centrista pergunta se terá existido uma intenção deliberada de se fomentar a consolidação da banca espanhola, através da absorção dos bancos portugueses, o que, a ser verdade, o eurodeputado considera perverso, por traduzir um reforço da banca espanhola à custa dos contribuintes portugueses.