O Papa instituiu canonicamente a Conferência Episcopal da Amazónia, fruto do Sínodo especial para a região que decorreu em 2019, anunciou esta quarta-feira o Vaticano.
“O Santo Padre erigiu canonicamente a Conferência Eclesial da Amazónia como pessoa jurídica pública eclesiástica, com o objetivo de promover a ação pastoral comum das circunscrições eclesiásticas do Amazónia e incentivar uma maior inculturação da fé no referido território”, refere uma nota publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O comunicado de imprensa adianta que os estatutos do novo organismos serão submetidos ao Papa, “para a necessária aprovação no final do seu estudo”.
O documento final do Sínodo de 2019 apelava à criação de estruturas “sinodais” nas regiões da Amazónia, propondo um “fundo amazónico” para o sustento da evangelização, bem como a criação de universidades próprias e um “organismo episcopal que promova a sinodalidade entre as Igrejas da região”.
“Disposto a encorajar esta iniciativa, que surgiu da Assembleia Sinodal, o Papa Francisco instruiu a Congregação para os Bispos a seguir de perto e acompanhar o processo, dando toda a ajuda para dar ao corpo uma fisionomia adequada”, adiantou hoje o Vaticano.
Em junho de 2020, a assembleia do projeto da constituição da Conferência Eclesial da Amazónia anunciava a criação desse organismo, presidido pelo cardeal brasileiro D. Cláudio Hummes.
O Papa Francisco convocou uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região pan-amazónica, com o tema ‘Amazónia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral’, que se realizou de 6 a 27 de outubro de 2019, após a qual escreveu a exortação apostólica ‘Querida Amazónia’.
A região pan-amazónica tem uma extensão de 7,8 milhões de km2, incluindo áreas do Brasil, Bolívia, Perú, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa; dos seus cerca de 33 milhões de habitantes, 3 milhões são indígenas pertencentes a 390 grupos ou povos.