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A Organização das Nações Unidas (ONU) recorda o papel do ex-presidente português Jorge Sampaio, que morreu esta sexta-feira aos 81 anos, na "construção de pontes", enaltecendo o seu "legado de serviço à humanidade", numa declaração do seu secretário-geral.
António Guterres, secretário-geral da ONU, divulgou uma declaração à imprensa internacional que dá cobertura dos trabalhos das Nações Unidas, dizendo que se perdeu um "estadista extraordinário, lutador e defensor da democracia e da justiça social".
Nas palavras do secretário-geral, Jorge Sampaio "foi um cidadão global dedicado, servindo como enviado especial da ONU para a luta contra a tuberculose [nomeado em 2006], bem como o primeiro Alto Representante da Aliança de Civilizações das Nações Unidas", entre 2007 e 2013.
"Ele lançou as bases para a missão essencial desta iniciativa de construir pontes de diálogo e compreensão entre culturas e religiões. O seu legado de serviço à humanidade foi reconhecido de várias maneiras, inclusive como recetor do primeiro Prémio Nelson Mandela da ONU", em 2015, acrescentou.
António Guterres declarou ainda ter sido "pessoalmente inspirado pela sua paixão e empenho em trazer estabilidade e prosperidade a Portugal".
O secretário-geral endereçou também "profundas condolências à família, ao povo de Portugal e a todos aqueles nas Nações Unidas e não só que tiveram o privilégio de conhecer e trabalhar com um líder notável e ser humano tão compassivo".
Estas declarações seguiram-se a declarações anteriores de Guterres à agência Lusa nas quais elogiou uma figura "central" da democracia de Abril, um "incomparável homem de Estado" que deixou uma marca "decisiva" na luta pela paz e "amigo querido e um companheiro de luta".
Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996-2006), morreu hoje aos 81 anos, depois de ter estado internado no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, desde 27 de agosto, com dificuldades respiratórias.
Após a passagem pela Presidência da República, Sampaio foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Na declaração à agência Lusa, António Guterres, que sucedeu a Jorge Sampaio na liderança do PS em 1992 e que desempenhou funções de primeiro-ministro entre 1995 e 2001, disse que ficou "profundamente emocionado e entristecido com a notícia da morte".