Aviões a hidrogénio em 2035, camiões elétricos e helicópteros elétricos como táxis nas grandes cidades europeias já no próximo ano. Reunidos para discutir o futuro da mobilidade na Europa, representantes dos setores da aviação e do transporte de mercadorias por camião falaram na Web Summit Lisboa sobre como estão a inovar e a estudar a redução de emissão de gases, sem esquecer a segurança e a eficiência.
Falando no painel, a vice-presidente executiva da Airbus, Catherine Jestin, explicou como a companhia aérea pretende chegar à meta de acabar com as emissões de carbono até 2050.
“Pensamos que é possível e estamos a abordar a meta de vários ângulos. Estamos a trabalhar nos motores, estamos a trabalhar nas asas, que gostaríamos que fossem dobráveis, estamos a trabalhar na hibridização, numa combinação entre combustível sustentável e eletricidade e, claro, no hidrogénio”, referiu.
Indicando que os aviões, em si, são “apenas uma parte da solução”, representando cerca de 50% das emissões de carbono, Catherine Jestin aponta que a chave está em encontrar uma fonte sustentável de combustível, que representa 30% a 40% das emissões.
A vice-presidente da Airbus considera que o hidrogénio será um objetivo “apenas para curtas viagens”, com o combustível sustentável a ser utilizado em viagens de longa duração, assegurando que não haverá voos sem pilotos, devido à regulação.
Táxis no ar chegam no próximo ano
Também no painel, Dirk Hoke veio apresentar a Volocopter, a empresa da qual é CEO e que introduz a ideia de helicópteros multirrotores elétricos na forma de veículos aéreos pessoais, com o intuito de serem utilizados como táxis aéreos.
O responsável diz que a empresa começará a funcionar em Roma e em Paris, já no próximo ano, e que a ideia a médio prazo é vender as aeronaves a companhias aéreas como a Bristow, referindo que estas são “mais seguras que carros”.
Já David Nothacker, CEO da Sennder, abordou o problema da eletrificação de camiões, algo difícil devido ao alto consumo de combustível, num setor fragmentado e onde existiam muitas empresas com pequenas frotas.
A empresa, que proporciona ferramentas de transporte de mercadorias rodoviário, detalha que a “tecnologia está a chegar”, mas que um camião elétrico é “duas a três vezes” mais cara que um camião a combustível como o gasóleo.