O assassinato do “número 2” do Hamas, Saleh Al-Arouri, pode prejudicar as negociações de cessar-fogo e troca de reféns com Israel e levar ao envolvimento direto do Hezbollah na guerra, diz à Renascença Maria João Tomás, especialista em assuntos internacionais.
Saleh Al-Arouri foi um dos fundadores das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, e morreu esta terça-feira na sequência de um ataque com um drone, em Beirute, no Líbano, onde estava exilado há vários anos.
Em declarações à Renascença, Maria João Tomás garante que esta é “uma mossa grande” que Israel faz no Hamas, da qual o grupo palestiniano se vai “ressentir”.
A especialista antecipa que a morte de Saleh Al-Arouri pode ter “repercussões na troca de reféns e até poderá haver morte propositadas de reféns”.
A repercussão mais imediata será a escalada da guerra, havendo mesmo o perigo de um envolvimento direto do Hezbollah e um apoio “indireto ou mais direto do Irão”, sublinha.
A professora catedrática afirma que para Israel tentar “acabar” com o Hamas é necessário “matar os seus dirigentes”.
“Não é a matar árabes que se vai acabar com o Hamas, mas sim ao matar os seus dirigentes”, sublinha.
Maria João Tomás compara Saleh Al-Arouri ao líder do braço político do Hamas, Ismail Haniyeh. Classificando esta morte como “muito importante”.