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Pessoas não vacinadas contra a Covid-19 ou com o esquema de vacinação incompleto apresentam um risco de morte por infeção pelo SARS-CoV-2 11 vezes superior, quando comparado com pessoas com duas doses da vacina.
A conclusão consta de um estudo do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, divulgado na passada sexta-feira, que contou com uma amostra de mais de 600 mil residentes em 13 estados norte-americanos.
Para Filipe Froes, pneumologista e consultor da Direção-Geral da Saúde (DGS), os resultados são claros e “a dimensão e metodologia do estudo permitem generalizar para toda a população”.
“Idealmente, nós devíamos depois poder reproduzir estes valores noutros locais, nomeadamente em Portugal, mas estes dados são de tal maneira seguros e fortes que são uma indicação claríssima da importância da vacinação”, adianta o coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos (OM), em entrevista à Renascença.
Apesar de não ser conhecido nenhum estudo com esta dimensão em Portugal, o mais recente relatório de Monitorização das linhas vermelhas para a COVID-19, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), refere que, “o risco de morte, medido através da letalidade por estado vacinal, diminuiu três a sete vezes após vacinação completa quando comparado com pessoas não vacinadas, para o mês de julho de 2021”.
Valores que, na visão do especialista, “vêm confirmar, mais uma vez, até perante qualquer dúvida que possa haver, a grande eficácia da vacina”.
O estudo do CDC dividiu a análise em dois períodos, de modo a equacionar a variação da predominância da variante Delta.
No primeiro período, entre 4 de abril e 19 de junho, as pessoas não vacinadas representavam 95% dos casos, 93% das hospitalizações e 92% das mortes.
Já no segundo, de 20 de junho a 17 de julho, altura em que a variante Delta se tornou dominante, os dados sofreram alterações, ainda que pouco significativas: pessoas não vacinadas passaram a representar 82% dos casos, 86% das hospitalizações e 84% das mortes.
Quanto à eficácia das vacinas das diferentes farmacêuticas, um segundo estudo do mesmo organismo revelou que a vacina da Moderna é mais eficaz (95%) na prevenção de hospitalizações do que as vacinas da Pfizer-BioNTech (80%) e da Johnson & Johnson (60%).
Foram analisados os estados clínicos de 32 mil pacientes assistidos em hospitais e clínicas com serviço de urgências entre junho e agosto, em nove estados norte-americanos.