Joaquim Miranda Sarmento responde aos críticos internos da sua própria bancada. O líder parlamentar do PSD considera que tem todas as condições para se manter no cargo, apesar dos pedidos para que se afaste e sejam convocadas eleições.
Em declarações ao programa São Bento à Sexta, da Renascença, Miranda Sarmento diz que quando achar que já não tem condições para liderar a bancada que se afasta e que tem sempre a carreira académica para se dedicar.
“Se há pessoa naqueles 230 deputados que tem um desapego pelo lugar… não há ninguém que tenha maior desapego pelo lugar do que eu, até porque a minha carreira académica é curiosamente do outro lado da rua. O ISEG fica do outro lado da rua, já fiz as minhas provas de agregação, estou a aguardar concurso para catedrático. Mas enquanto sentir que a esmagadora maioria dos meus colegas - e sinto isso - confia em mim, eu serei líder parlamentar. No dia em que a maioria dos meus colegas não confiar em mim, então aí não tenho condições.”
No programa de debate da Renascença São Bento à Sexta, Miranda Sarmento mantém a posição que o PS e o PSD têm de apurar, doa a quem doer, o que aconteceu em relação aos factos que levaram ao processo “Tutti Frutti.
O líder parlamentar social-democrata responde assim ao deputado do PSD, Carlos Eduardo Reis, envolvido neste processo e que já avisou que não será o idiota útil do partido.
Miranda Sarmento considera que, a ser verdade, não é admissível:
“As pessoas têm direito à presunção da inocência, a defenderem-se. Aí a justiça merece críticas à morosidade neste processo, mas é a natureza política desta alegação. É aí que os dois partidos têm que ser absolutamente claros e apurar se isso aconteceu ou não, doa a quem doer. Porque se aconteceu, é uma falha gravíssima daquilo que é o funcionamento democrático”, afirma o líder parlamentar do PSD.
Nesta edição do programa São Bento à Sexta também esteve em debate a convocatória do Presidente da República de um Conselho de Estado para julho...será analisada a situação política, mas o líder parlamentar do PS, desdramatiza e afasta a ideia que a reunião deste órgão de consulta possa significar a antecâmara de uma dissolução do Parlamento...
Eurico Brilhante Dias salienta que nessa altura estarão a decorrer os trabalhos para apresentar a proposta de Orçamento do Estado: "Um Conselho de Estado em junho não é para falar de dissolução nenhuma. O país está em 2023, a executar o PRR, a Economia portuguesa está a crescer".
O líder parlamentar socialista diz mesmo que "não se deve andar a brincar com a vida dos portugueses".
Outra opinião tem Miranda Sarmento. O líder parlamentar do PSD regista que o Presidente da República poderá, a partir daí, usar o poder que tem de dissolução do Parlamento.
"A tónica do discurso do Presidente da República tem sido perservar as instituições. Parece-me que essa é a medida que o levará a usar os seus poderes constitucionais", considera.
O programa São Bento à Sexta é transmitido às sextas-feiras, depois das 23h00, e está disponível nas plataformas de podcast.